segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Gratidão - Por Telma Jábali Barretto

Esse sentimento magnânimo, exaltado como um dos mais nobres, conhecido em seu exercício, mas, será que entendido em sua essência?

Vale reflexão...

Sendo o ‘obrigada’ uma daquelas palavrinhas mágicas que aprendemos na infância e, se educada ou formalmente usamos...que interpretação damos a ela?
O ato de agradecer envolve algo de beleza, uma certa reverência e, ainda, ousamos dizer, uma espécie de rendição!

Agradecemos o troco, a passagem na fila, atendimento qualquer e usual, informação, cumprimento pelo aniversário ou votos pelo futuro ano, cargo ou conquista...muitas vezes de forma quase mecânica, quem sabe até, inconsciente...
Mas a que ou a quem agradecemos? Essa é a questão que, entendemos, vale filosofar, muito além, como já dissemos, do próprio exercício de verdadeira gratidão.

Muitos dos mais belos agradecimentos são direcionados impessoalmente: à natureza, à vida em si mesma, a Deus, ao processo cósmico em sua exuberância.

‘Ajoelhamos’ internamente em sua forma mais reverente, reconhecendo que merecedores fomos de alguma generosidade ou, se doadores, pudemos, com satisfação, exercer o contribuir. Não como forma subserviente de receber ou mesmo arrogante jeito de dar, mas, na oportunidade da troca, do comungar daquele tempo disponibilizado, aquele bem necessário, o conhecimento dividido, o cuidado sensibilizado gerador de prazer a quem doa e recebe.
Pensamos que a partilha precede todo ato de gratidão e, quão difícil dar e receber...

Alguns de nós, pensando não ter nada a oferecer, mesmo recebendo, recebemos com pouca gratidão. Não valorizamos nem o que temos?! ...Perguntamos: existirá alguém assim tão pouco dotado que nada frutifique ali? 

Somos feitos da mesma massa, origem, fra ternos, lembram?... e se não valorizamos quem somos (única forma de dar/fazer/doar algo genuíno), como acolher com prazer o que chega gratuito se nada ali tem tanto valor assim?!...Triste, muito triste tal realidade numa eterna carência, nunca suprida.
Outros de nós, extrema dificuldade no próprio receber. Exercemos muitas vezes a nebulosa, quase sempre inconsciente, omnipotência. O fluxo dar/receber só flui no sentido sair ... sem poder usufruir do receber, agradecer, merecer e, humildemente, acolher! Outro lado igualmente triste, numa seguida sobrecarga do ter que ter para dar... até, arrogantemente aqui, ser a solução!
 
Sempre nesse desequilíbrio polarizado na, ‘vitimice ou vanglorice’, traímos o próprio fluxo da Vida em sua beleza generosa, abundante, magnânima, equânime que também cruel será, enquanto não a observamos silenciosa e solenemente, entendermos usando as habilidades pensantes das quais somos dotados e partilharmos do convívio, com atitudes processadas com olhar consciente que, partes sendo da natureza, da solução e da almejada harmonia, buscaremos, aí sim, confiando em si, no próximo, na Vida, em Deus...?!... exercitando o doar/merecer, ofertar/agradecer, repartindo e multiplicando como verdadeiras sementes que somos !
 

Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Tem formação acadêmica como engenheira civil, mas também é uma experiente astróloga, consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga.

Nesta crônica, nos fala sobre o sentido da "gratidão", enxergando-a como uma energia multidimensional e passível de muitas visualizações, sob diferentes ângulos e leituras.

13 comentários:

  1. Parabéns pela crônica, adorei como colocou formas de gratidão.Afinal qual sentido teria nossa existencia sem o doar/merecer e o ofertar/agradecer. É assim que vejo a vida que nos foi doada e ofertada por Deus, e dessa forma merecendo e agradecendo-a todos os dias! Obrigada pela bela crônica! Abraço! Miriam Monteiro

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    1. Obrigada Miriam...quanto a agradecer não?
      Sendo partes do fluxo que a tudo acolhe e devolve...
      Abraço e grata pelo seu retorno!

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    2. O Blog agradece a visita, postagem de comentário e sobretudo pelo adendo que nos trouxe à reflexão expressa na crônica da Telma.

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  2. Somostodosum... e agradecemos... _/\_

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    1. Sim...somostodosum e esse parece ser nosso desafio de compreender para exercer e vivê-lo conscientemente!
      Gratidão!!! _/\_

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    2. Perfeito !

      "A unidade final", como diz meu bom amigo e parceiro, Cézar de Mercês.

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  3. Falar-escrever a Gratidão, filosofando com a estética das palavras, nos conecta com a transcendência do belo, com a multidimensionalidade de Vega, a estrela Polar e a Mestra Kwan Nyn da Compaixão... esta realidade nos confronta com a grande verdade de que “Somos Todos Um”... por tudo isso, o exercício da Gratidão, nos faz compreender o verdadeiro significado do que é a Vida e o Viver! Telma, por isso Gratidão por nos fazer refletir sobre o seu real significado!!!

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    1. Muitos são os conceitos inspiradores....
      Tem uma fala de um mestre indiano, Ramakrishna, que diz...' que devemos ser como flautas onde o divino toca sua música'. Gosto muito dessa imagem, ideia...o tempo todo recebendo e o tempo todo passando...células de um corpo generoso onde merecemos e transmitimos! Permeáveis a um fluxo que nos abastece e interferindo, servindo com o que metabolizamos...Vivendo!!!
      Muito obrigada Elizete...por sua leitura e contribuição!

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    2. Excelente a sua participação, Elizete !

      Agradeço muito pelo rico comentário !

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  4. A gratidão faz nosso coração descansar, aquieta nossa mente e fertiliza todo sentimento bom que sai da nossa boca e da nossa vibração.
    Lindo texto Telma, a gratidão é um dos sentimentos mais puros que tem poder curativo.

    Muito obrigada por compartilhar tão lindas palavras e sentimentos!

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    1. Enquanto força eletromagnética, a gratidão (assim como o perdão), tem um poder transformador extraordinário. Bate no universo e volta como um boomerang...ação e reação.

      Grato pela participação, sempre benvinda !

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  5. ...'fertiliza todo sentimento bom' lindas as suas palavras aqui!
    Como disse esse exercício tem poder de cura, restaurando emoções com esse sentimento regenerativo que pode nos tirar da subserviência ou arrogância...
    Obrigada por seu comentário, sua participação!
    Abraço e na mas tê!

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  6. Abraço Telma e na mas tê. Que você continue sempre iluminada!

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