quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 48 - Por Luiz Domingues



Em junho, estávamos com o disco a sair do forno. Envoltos nos últimos trâmites burocráticos, aguardávamos o envio do lote encomendado à fábrica onde mandáramos prensá-lo.

A perspectiva de shows apontava-nos algo somente para julho, onde teríamos uma leva de shows para fazer em cidades interioranas, incluso a nossa primeira apresentação interestadual (com a nossa formação, bem entendido), para irmos ao estado vizinho do Paraná, para um show em Londrina. Em tal empreitada, contratamos novamente os serviços da empresa de ônibus, Magic Bus, de propriedade de primos meus. O conforto da viagem esteve garantido. A primeira parada foi na cidade de Avaré, ainda em território paulista. O contato desse show houvera sido arrumado pelo fã, Dárcio, que mantinha um fã-clube dos Mutantes e ficara entusiasmado com a nossa aparição no programa : "Turma da Cultura", no início de maio, e como conhecia o dono de uma casa noturna na sua cidade, fez a ponte, a possibilitar o contato.

Na coluna do "Paulão Rock'n Roll", crítico de Rock do Jornal de Londrina, o terreno preparou-se para o nosso show naquela cidade paranaense, em julho de 2000...

A viagem prosseguiria no dia seguinte, rumo a Londrina, no norte do estado do Paraná, a mostrar-se oportunamente na rota, pois Avaré localiza-se na metade do caminho, praticamente em relação à distância entre São Paulo e Londrina. A primeira etapa foi muito tranquila. Na para Avaré, viajamos a assistir vídeos da minha coleção de VHS, entre eles, o primeiro filme da dupla junkie, Cheech & Chong ("Up in Smoke"), que arrancou gargalhadas durante o percurso.

Em silêncio, eu agradecia ao "cosmos" pelo bom momento que vivíamos, e eu em particular, sentia-me nas nuvens, ao viajar em turnê com uma banda de Rock dotada de fortes características sessenta / setentistas, e portanto, ao verificar aquela descontração total em meio à nossa comitiva, com todo mundo a divertir-se em ver o filme, foi um momento mágico em meu devaneio ligeiro.

Chegamos a aprazível cidade de Avaré, e dirigimo-nos diretamente à casa noturna denominada : "Ferro Velho". Esta ficava bem localizado, próximo ao centro da cidade, e a apresentar a sua ordenação urbana tipicamente interiorana, com a praça da Matriz, comércio em seu entorno etc.

A casa era bem pequena em seu espaço físico, mas bem montada, com uma decoração que misturava sucatas de automóveis e quadros de ícones do Rock. O palco era minúsculo, e exigiu um exercício de imaginação de nossa parte, para acomodar o equipamento. Durante a arrumação, recebemos a visita do Dárcio, o rapaz que propiciou-nos aquele show, e que estava muito eufórico, naturalmente pelo show em si, e também pela oportunidade que teve em ser-nos útil.

Ele trouxe-nos também um amigo que igualmente mostrava-se como um apreciador / conhecedor de Rock, e mais que isso, um colaborador importante do Portal Wiplash, que chamava-se : Marcos Cruz. Extremamente inteligente e observador, Cruz emendou assuntos agradáveis sobre a Patrulha do Espaço; o Rock setentista e que tais, e conversas essas que foram retomados no período pós-show, para estender-se até quase o amanhecer, no dia seguinte. Toda a sua observação sobre o show e a conversa que tivemos, tornou-se substância para uma das mais belas resenhas de um show que eu já li, e que ele publicou dias depois no portal Wiplash. Após arrumarmos o som; adaptarmo-nos ao micro P.A. amadorístico que a casa possuía e na ausência de um técnico para auxiliar-nos, fomos para o hotel para descansar e jantar. 


Continua... 

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