sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 26 - Por Luiz Domingues


Quando chegou o final do ano, o Rolando Castello Júnior agendou uma audição de um tape que ele havia gravado ao vivo, a constar sobre um show que fizera com em parceria com o baterista, Paulo Zinner, ao visar homenagear o baterista do The Who, Keith Moon. Esse show aconteceu em 1998 ou 1999, não lembro-me ao certo, e fora gravado no Espaço Camerati, que tratava-se de uma charmosa casa de Shows na cidade de Santo André, no ABC paulista, e que possuía um estúdio de gravação, bem equipado e relativamente famoso na cena oitentista e noventista, acoplado. Daí a facilidade para gravar-se shows, ao microfonar adequadamente tudo, e acoplar tal mandada à mesa do estúdio. 
                   Keith Moon, o grande lunático do The Who !

Essa audição foi portanto, uma questão particular dele, mas serviu para alinhavar o acordo com o Camerati, ao visar iniciarmos a gravação do nosso álbum, em janeiro de 2000. Bem, de volta à audição, lembro-me em irmos ao Camerati, que ficava no bairro Jardim, no centro daquela simpática cidade do ABC paulista. Isso aconteceu por volta das 22:00 horas do dia 30 de dezembro de 1999. 

Lembro-me dessa noite por essas particularidades que narrei anteriormente e também por uma notícia internacional que chocou-nos e chateou-nos bastante : George Harrison havia sido esfaqueado por um psicopata que invadira a sua casa em Londres. 

Nessa visita ao Camerati, estivera presentes : eu; Luiz Domingues; Rolando Castelllo Júnior; Claudia Fernanda; Rodrigo Hid; Paulo Zinner; René Seabra, e um amigo da banda, Roberto Garcia, ex-aluno meu, e um entusiasta da causa. O técnico do Camerati, chamado : Zoroastro Barany, popular "Zôro", foi quem recebeu-nos, e operou a sessão, naturalmente. 

E como esse rapaz tinha plenos poderes outorgados pelo dono do estúdio nessa época (o compositor / cantor cearense, Belchior), "Zôro" agendou a nossa gravação para o final de janeiro de 2000. Saímos do estúdio Camerati, felizes, pois tínhamos a perspectiva para gravar em menos de um mês, e isso significou um grande passo para a banda. Lançar um novo álbum, com canções inéditas, seria muito importante no sentido de conferir-nos um impulso. 

Esse é um dilema, aliás, para bandas veteranas que voltam à cena, após um grande hiato, por que sem a novidade de um material inédito, ou seja, sem ter o que dizer artisticamente, uma volta sempre é encarada sob judice pelos críticos, e até pelos próprios fãs, muitas vezes. E material fresco, com grande qualidade, foi o que tivemos de sobra, literalmente. A sessão de audição encerrou-se, e nós voltamos para nossas casas, a comentar sobre o atentado ao George Harrison; bug do milênio, e Nostradamus...



Continua... 

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