sábado, 6 de setembro de 2014

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 27 - Por Luiz Domingues


As previsões de Nostradamus não confirmaram-se; não aconteceu o bug do milênio, pois os computadores não explodiram; George Harrison sobreviveu às facadas do agressor em sua mansão... já o ano 2000, iniciou-se a parecer promissor para a Patrulha do Espaço.
Com os cachets que recebemos pelos shows realizados em dezembro no CCSP e um show marcado fora de São Paulo para a metade de janeiro, estávamos em condições para iniciarmos as gravações do novo álbum da banda. 

Foi um marco para nós, pois rapidamente ofertaria um sentido artístico maior à volta da banda, ao tirar-lhe o ranço de um prolongamento de carreira inútil, como mero caça níquel absorto em shows nostálgicos. Como já afirmei anteriormente, uma retomada de atividades para uma banda veterana, só faz sentido se o artista tem algo novo a propor, ou mais incisivamente a falar, algo para acrescentar, artisticamente. Então, sob esse ponto de vista, seria muito importante um disco novo para mostrar essa nova formação, e sobretudo com esse conjunto de canções novas, que haveria de promover o resgate da Patrulha do Espaço, de volta às suas raízes sessenta / setentistas, pois desde 1985, com o lançamento do EP "Patrulha'85", a banda havia perdido tais características, ao enveredar através do som pesado, quase no limiar do Heavy-Metal. 

E no início dos anos noventa, tal direcionamento culminou na gravação de um disco sob tais características, ao cometer o equívoco (trata-se de minha opinião pessoal, sei que tem pessoas que apreciam esse trabalho), ao regravar o seu próprio material clássico, com arranjos versados por tal característica mais pesada.

Nesse disco, "Primus Inter Pares", deve haver duas ou três canções inéditas, pois as restantes são regravações de músicas da própria Patrulha do Espaço, contudo a conter arranjos pesados, orientados pela mentalidade do Hard-Rock oitentista, quase no limite do Heavy-Metal. O time de músicos formado pelo Rolando Castello Júnior nesse LP, foi excelente. 

René Seabra no baixo; Rubens Gióia, na guitarra; Xando Zupo na outra guitarra, e Percy Weiss, nos vocais. Porém, infelizmente, apesar da qualidade musical da gravação, e performance individual muito boa de cada um, o resultado final não agrada-me, exatamente pelo ranço em torno das estéticas já mencionadas anteriormente, com forte orientação oitentista presente. Interiormente a relembrar, eu não via a hora para gravar o novo material e extrair esse ranço da nossa banda.
Continua... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário