domingo, 28 de setembro de 2014

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 54 - Por Luiz Domingues

O próximo passo, foi um show na cidade de Sorocaba / SP,  na semana seguinte. Fomos apresentarmo-nos em uma casa noturna chamada : "Stratocaster". Tratou-se de um salão rústico, mas todo decorado com motivos Rockers, e pelo fato do seu proprietário ser um Luthier (um tipo de profissional que conserta e / ou fabrica instrumentos musicais), esse rapaz havia colocado esse nome na casa, e providenciado um enorme painel na porta, no formato de uma guitarra Fender Stratocaster. O show ocorreu no dia 22 de julho de 2000, com um bom público (cerca de duzentas pessoas). Foi bastante animado, e com a presença de um músico local, convidado especial, que conhecêramos na passagem de som. Tratou-se de um saxofonista que apareceu por lá, e que foi convidado para tocar, "Sunshine", conosco, no show. Inclusive, na passagem de som, um jornalista da cidade de Mogi-Guaçu (não é muito perto de Sorocaba), foi lá para entrevistar-nos, e daí surgiu o convite para apresentarmo-nos naquela outra cidade, em meio a uma festa organizada por um programa de rádio, que ele representara, e no momento oportuno, falarei sobre isso. O jornalista de Mogi-Guaçu que entrevistou-nos, recebeu uma chamada em seu celular. Ao verificar que tratava-se da sua esposa, pediu-nos para confirmar que éramos componentes da Patrulha do Espaço. Ela estava furiosa com o sumiço dele, e quando descobriu que ele havia viajado cerca de cem Km para ir à cidade de Sorocaba, ficou ainda mais possessa, e nem quis saber de nossa confirmação...

Foi um bom show, apesar de uma parcela do público estar a esperar pela execução de covers. Essa foi uma constante que acompanhar-nos-ia doravante em nossas apresentações por toda a parte, principalmente em cidades interioranas, mas foi inevitável. Como curiosidades a respeito desse show, conto que o camarim continha dois ambientes e um deles era inabitável pela bagunça e sujeira. Sob uma rápida vistoria, observamos que diversos materiais gráficos e CD's oriundos de diversas bandas, algumas de amigos nossos, inclusive, estavam jogados como lixo. Isso deu a dimensão de como essas casas tratavam artistas que procuravam-nas, sedentos por espaço para apresentações. Alguns dias antes do show, eu e o Rolando Castello Junior fomos à Sorocaba e fizemos alguns contatos para incrementar a divulgação do show nessa cidade pujante do interior paulista, distante cerca de noventa Km da capital; Ali havia diversas lojas de CD's, especializadas, onde vendemos diversos discos e em visita às redações dos jornais locais, fomos bem recebidos em ambos. 

No jornal, "Cruzeiro do Sul", assim que chegamos às suas amplas instalações, um repórter e um fotógrafo foram designados a cobrir a nossa visita. Confesso que eu e o Junior ficamos perplexos, pois não estávamos acostumados com essa consideração, por que tirante a imprensa especializada e setorizada, a tendência na imprensa grande fora ignorar-nos retumbantemente. Todavia, pareceu ser um sinal de que estávamos a mudar as regras do jogo. Com a matéria publicada na Folha de São Paulo em dezembro de 1999, e mais recentemente, outra melhor ainda no Estadão (em maio de 2000), será que estávamos a modificar um paradigma em torno do descaso, enfim ? 

Outro fato curioso foi uma groupie que insinuou-se na frente do palco, durante o show inteiro. Ela fez uma dança sensual em todas as músicas. Quando acabou, foi atrás de nós no camarim, mas na escada de acesso, um membro de uma banda amiga (hoje em dia, uma famosa banda de Rock, pelo menos no mundo underground), foi mais rápido em sua esperteza, e a agarrou literalmente. Enquanto descansávamos no camarim, eles trancaram-se na parte inabitável que já mencionei, e lá estabeleceram a inevitável troca de fluídos corpóreos.
Continua...
  

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