domingo, 7 de setembro de 2014

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 29 - Por Luiz Domingues


Chegamos bem ao local do show, e o clima na viagem foi o melhor possível. O ônibus mostrou-se muito confortável, e divertimo-nos a viagem toda, pois eu providenciei várias fitas VHS de shows e documentários bons, conforme já mencionei no capítulo anterior.

Eu observava o clima de companheirismo entre todos, e posso incluir o meu primo, Helder Pomaro entre nós, por também estar integrado, na condição de motorista, e a apreciar muito a viagem, apesar de obviamente estar focado em dirigir com segurança. Chegamos ao local do show, e arrumamos o palco com rapidez.

Tratou-se de um salão rústico, propriedade de um moto clube local, cujo nome era : "Renegados Bar" Lembro-me em termos recebido a visita de um produtor fonográfico independente, que chegou bem cedo, e acompanhou toda a preparação e soundcheck, a prolongar a sua estada até o show.
 
A montar o palco e realizar o soundcheck, no período da tarde no Renegados Moto Clube de Praia Grande / SP

Ele sondava a banda para talvez lançar o álbum que começaríamos a gravar ao final de janeiro de 2000, e de fato, a conversação avançou por semanas, mas o desfecho não foi bom... 

Estávamos também a estrear o nosso primeiro "banner" de fundo de palco, que havíamos mandado preparar logo no início do ano, graças aos cachets que angariamos em dezembro de 1999. 
 
Palco montado e pronto para o show do Renegados Moto Clube

Fomos descansar em um hotel próximo, e quando voltamos para o show, verificamos que a casa não estava lotada, mas quem compareceu, revelou-se realmente como um público antenado. Foram Rockers que vieram principalmente de Santos, e assim que passamos por eles, para dirigirmo-nos ao palco, fomos saudados mediante gritos de euforia.
 

Algum tempo depois, uma moça que ali conhecemos e que tornar-se-ia uma peça importante como convidada para o CD Chronophagia, contou-me que essa euforia da parte do público, fora instantânea, só por avistar-nos vestidos como Rockers setentistas. O show foi esplêndido.
 

Tratou-se de um público pequeno, mas que enlouqueceu do começo ao final do show. Quando tocamos canções tais como : "Sendo o Tudo e o Nada"; "O Pote de Pokst", e "Sr. Barinsky", entre outras, houve momentos marcados pela comoção, que impressionou-me profundamente, ao ponto de ir além da impressão momentânea, mas ao provocar-me a oportunidade em racionalizar a situação de uma forma muito positiva. Enquanto tocava, e via aquela euforia, foi inevitável poder imaginar que aquela emoção gerada haveria por multiplicar-se doravante, e o reconhecimento do extraordinário talento de Rodrigo e Marcello, aliado ao talento consagrado do Junior, reconhecidamente um baterista de nível internacional, mais a qualidade das canções, e sobretudo pela atmosfera baseada em boas vibrações aquarianas que estávamos a resgatar, levar-nos-ia ao sucesso, até a extrapolar os limites do nicho do Rock underground, onde habitávamos.

Continua... 

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