Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
domingo, 28 de setembro de 2014
Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 58 - Por Luiz Domingues
O próximo show que fizemos foi igualmente muito inusitado pelas circunstâncias envolvidas.
Através do Rodrigo Hid, que conheceu um pessoal que iria lançar uma revista sobre tatuagens no mercado editorial, fomos convidados a tocar no cocktail de lançamento de tal órgão impresso. O inusitado foi o local escolhido para a festa, o Ton-Ton Club, uma casa tradicionalmente focada no universo do Jazz, onde uma banda de Rock, ainda por cima, autoral, certamente ficaria deslocada.
O release oficial do álbum Chronophagia, escrito pelo jornalista, Luiz Chagas, da revista "Isto é"
E como outra particularidade estranha, o palco mostrava-se minúsculo, conveniente para pequenos combos jazzísticos, geralmente em torno da formação clássica a conter : piano; baixo acústico, e bateria. Inclusive, o piano de calda ocupava todo o espaço, praticamente. Sendo assim, foi uma proeza em tom de ginástica para acomodar o equipamento no palco, e pior ainda na hora para tocarmos ao vivo. Para piorar, a falta de espaço causou um acondicionamento cênico esdrúxulo. Eu, Luiz Domingues; Rodrigo Hid, e Marcello Schevano ficamos tão próximos uns dos outros, que os nossos movimentos corporais ficaram muito limitados.
Qualquer vacilo e o "headstock" das guitarras, e do baixo poderia atingir o companheiro ao lado, a causar um estrago. Além disso, outro incômodo foi gerado quando o técnico de som da casa, veio dizer-nos que o nosso volume era absurdo para os padrões da casa, e que por conta disso, temia que pudéssemos constranger o público com aquela volúpia sonora inadequada aos padrões em que estavam acostumados. Foi inusitado, pois não tocaríamos ali por livre e espontânea vontade, em circunstâncias normais. Estávamos ali por conta do convite da revista, enfim...
Reduzimos o nosso volume em um nível drástico e muito desconfortável para nós, mesmo assim, víamos que o técnico e o gerente da casa estavam irritados conosco, ao gerar-se um clima tenso, infelizmente. Apesar de tudo, demos o nosso recado ao público presente, em torno de aproximadamente, oitenta pessoas que compareceram ao Ton-Ton Club, na noite de 25 de setembro de 2000. E o nome da revista era : "Tatuar". Não faço ideia se ainda exista nas bancas, pois com todo o respeito aos tatuadores e tatuados, eu não interesso-me nem um pouco por esse assunto...
Continua...
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