domingo, 22 de novembro de 2015

Autobiografia na Música - Ciro Pessoa & Nu Descendo a Escada - Capítulo 28 - Por Luiz Domingues

Conforme eu relatei no final do último capítulo, infelizmente no ano de 2013, nos reunimos somente por ocasião do aniversário da Isabela Johansen, em janeiro. 

Após essa festa, agradabilíssima, por sinal, eu só tive contatos virtuais com o Ciro, Caleb Luporini e Paulo Pires, os membros dos "Nudes", fora o Kim, com o qual o contato era constante por conta das atividades d'Os Kurandeiros, e agora somado à recente criação da Magnólia Blues Band, logicamente.

Vez por outra também conversei virtualmente com a Luciana Andrade, mesmo que ela já não fizesse parte da banda e a conduzir a sua carreira solo com sucesso, pelo que pude acompanhar.
Contudo, por volta de fevereiro de 2014, uma notícia boa apareceu na minha caixa de E-mails, vinda do Ciro: "Show em Piracicaba"...

Abri o E-mail com entusiasmo, por que sempre gostei do trabalho, a loucura toda que envolvia o Ciro, e a sua bagagem extra-musical a evocar o surrealismo, tanto na música, quanto na literatura, mas com respingos múltiplos, naturalmente. Ouso dizer que apesar de parecer uma obviedade, não é todo mundo que estabelece uma ligação direta e reta entre a psicodelia sessentista no Rock & contracultura em geral, com o surrealismo propriamente dito.
E o Ciro o fazia de forma franca e absolutamente natural, portanto ficara evidente que eu me afeiçoara ao trabalho de uma forma entusiasmada.

No caso do E-mail em si, o seu teor foi animador: um show havia sido fechado para o "Nudes" na cidade de Piracicaba, na unidade do Sesc local. Seria parte de um evento temático sobre surrealismo, a englobar exposições e palestras de escritores, inclusive de renome e peso, caso de Claudio Willer.

Nada mais animador para uma retomada do trabalho, e com a certeza de que haveria, como sempre há na Rede Sesc, uma estrutura boa de som e iluminação além de camarim, cenotécnica e um cachê digno, certamente. Nesses termos, é claro que respondi animadamente ao Ciro que estava a postos, e a aguardar a marcação de ensaios.
Logo surgiu uma resposta, e eu soube que haveriam novidades na formação do Nudes, e muito positivas para mim, diga-se de passagem, ainda que seja cabível um esclarecimento sobre esse fato.

Bem, o Ciro havia cogitado com o Kim, a possibilidade do baterista d'Os Kurandeiros e da Magnólia Blues Band, Carlinhos Machado, entrar para os Nudes, também. Claro que achei sensacional a ideia de ter um amigo a mais na banda, a tornar o convívio, ainda mais prazeroso. Todavia, cabe a ressalva de que eu não tinha nada contra Paulo Pires e Caleb Luporini baterista e tecladista que faziam parte da banda assim que ingressei no trabalho em 2011. Aliás, muito pelo contrário, achava-os bons músicos e o nosso relacionamento foi ótimo, nos três shows que fizemos anteriormente.
No entanto, a ideia de ter o Carlinhos na banda, foi excelente, pela nossa amizade de muitos anos, e nada contra os demais que não fariam parte da banda doravante. Uma outra novidade, seria a inclusão da esposa do Ciro, Isabela Johansen, nos vocais, a suprir a ausência da ótima, Luciana Andrade, que deixara a banda.
De fato, Isabela tinha dotes musicais e uma experiência pregressa como vocalista de bandas de Rock, anteriormente, portanto, não seria uma Linda McCartney goela abaixo de todos, mas muito pelo contrário, um acréscimo bastante positivo à estrutura da banda.

Com essa perspectiva de reformulação total, ensaios foram marcados, e o Ciro passou uma incumbência pessoal para o Kim e para eu mesmo, Luiz.  
Continua...

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