O primeiro problema que enfrentamos logo de imediato, foi não ter havido nenhum produtor do evento para recepcionar-nos e cumprir assim os trâmites iniciais no sentido de nos acomodar no camarim e informar-nos sobre a montagem de equipamento para o soundcheck.
Claro, isso não gerou um grande constrangimento para nós e
assim, nós fomos a interagir com os próprios funcionários do Via Funchal, logo
a descobrirmos o nosso camarim. Aliás, se tratou de um bom camarim, amplo e confortável,
mas alojado no último patamar, ou seja, longe do palco, e da comunicação com a
produção.
Ficara evidente que o Uriah Heep seria alojado no melhor camarim, e com isolamento para evitar contatos indesejáveis. Já esperávamos por isso, é claro. Todavia, as outras duas bandas participantes do evento, talvez por terem relação de amizade mais estreita com o produtor do festival, foram privilegiadas, ao ficarem instaladas em um patamar da casa intermediário e nós, alojados no mais tímido e distante dos camarins.
Foto recortada do cartaz, de autoria de Marcelo Francis, o produtor do evento
Claro, cada de um nós com enorme bagagem por atuar
no patamar underground há décadas, não reclamou, e até achou bom o camarim (e foi
mesmo, sem queixas), mas ficara clara uma diferenciação, e isso foi desagradável.
E ficou pior, pois ao longo da tarde e da noite, acontecimentos inconvenientes ocorreram por parte da produção e ao ser muito honesto, de
nossa parte, também.
Explico: logo a falar dos nossos erros, dizendo que na
verdade foi um só, que no entanto, gerou uma séria de animosidades que
só poderia intensificar o clima entre nós e a produção do Festival.
O produtor do evento e guitarrista, Marcelo Francis
Foi
o seguinte: quando tivemos o primeiro contato com o produtor do evento, Marcelo, o
nosso objetivo fora que ele interessasse-se em ser nosso empresário. A
ideia do Festival obscureceu essa possibilidade inicialmente.
Mas claro que aceitamos participar, pois seria por si só, muito importante para nós, e talvez o motivasse no futuro a trabalhar conosco, mais focado em nós. Mas nesse ínterim, passaram-se muitos meses, e o Pedra teve um impulso inicial até surpreendente por conta da execução radiofônica, clips na TV, sequência de shows e matérias super positivas na imprensa escrita e Internet.
Ao verificar que o Marcelo só estava focado no Festival, precisávamos urgentemente dar um passo adiante, a arrumarmos um agente. E assim apareceu aquela figura exótica do "R", que eu já mencionei aqui anteriormente.
O "R" não havia arrumado-nos absolutamente nada além de muito das bravatas muitas proferidas, mas como ele estava conosco na ocasião em fase de experimentação, esteve junto a acompanhar-nos no Via Funchal, e na nossa concepção, seria um teste para ver como agiria como Road Manager.
Então, o clima que já não era muito favorável entre nós e
o Marcelo (por motivos que nunca descobrimos, pois nunca fizemos-lhe
absolutamente nada de errado até então, e pelo contrário, estávamos
a cumprir
regiamente todas as solicitações dele no campo burocrático e a obedecer o
cronograma de horário, fielmente como fora estabelecido), piorou, pois o
atabalhoado "R", foi interpelar com prepotência Marcelo e os seus
subordinados, pelo fato de
estarmos no pior camarim, não haver água na geladeira, lanche disponível etc.
Esse foi o nosso erro, pois já havíamos detectado ser o "R", um sujeito estranho e tenso no trato com as pessoas. Não sabemos exatamente como foi esse contato dele com a produção do Festival, mas sentimos as retaliações e o clima azedo, ao longo do dia, como um possível sinal da retaliação.
O Pedra no camarim do Via Funchal, em algum momento antes do soundcheckContinua...
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