De volta ao camarim, tivemos a certeza de que o som direcionado para o público seria perfeito, mas no palco, seria um caos absoluto. Além da má vontade dos técnicos, houve um clima de deboche e petulância por parte desses funcionários do equipamento terceirizado, muito grande.
Tanto que o produtor do show, Marcelo, teve uma briga
violenta com esses maus profissionais, pois flagrara um episódio desses, a envolver o
baixista da banda, "Tropa de Choque", que houvera sido maltratado por
esses energúmenos.
Todavia, não foi só isso que nos incomodara. O clima de abandono da produção para conosco, persistiu. Ninguém aparecia no camarim para nada, nem mesmo para fornecer instruções sobre o cronograma do festival.
A
geladeira permaneceu vazia, enquanto soubemos que os camarins das outras
bandas haviam recebido suprimentos fornecidos por patrocinadores.
A nossa única explicação para tal comportamento, foi a presença histriônica do pseudoempresário "R".
Como saber o que o atabalhoado "R" falou nocivamente para o produtor Marcelo e os seus subordinados?
E para piorar a situação, o "nosso manager", ausentara-se, a usar a nossa van para suprir os seus interesses pessoais e este só voltou ao camarim, por volta das 20:00 horas, com um lanche improvisado que mandamos comprar, pois se dependesse da produção, ficaríamos à mingua.
Então, uma
garota que o produtor havia contratado para ser "hostess" do evento,
finalmente apareceu e trouxe um pacote de pão de forma e porções de
mussarela e presunto comprados às pressas em alguma padaria próxima. Ela pareceu estar constrangida e deu a entender que tal ação
houvera sido ordenada para atender a reivindicação de "R", e que
certamente desagradara o produtor do show.
Bem, visto com sensatez, é claro que é para imaginar a cena anterior, com o sujeito a interpelar com arrogância o produtor do show e a desagradá-lo em um momento inoportuno, visto que Marcelo provavelmente estava a viver em um momento com problemas decorrentes da produção geral do evento.
Então, dá para entender, ao menos parcialmente, a maneira pela qual azedara a nossa relação com o produtor do evento e o motivo pelo qual estávamos a sermos segregados nos bastidores.
Um
pouco antes de irmos ao palco para o nosso show, o "R" protagonizou uma
cena constrangedora, porém hilária!
Ele reuniu-nos em volta dele e como um
técnico de futebol na última preleção antes do time entrar em campo, deu-nos "instruções" de última hora.
Segundo ele, se o som
estivesse ruim, deveríamos parar de tocar e exigir uma melhor
equalização.
Um olhou para o outro e não precisou ninguém verbalizar nada. Sentimo-nos no jardim da infância. Bem, foi chegada a hora, enfim. Fomos ao palco para o nosso show...
Continua...
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