sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Autobiografia na Música - Pedra - Capítulo 79 - Por Luiz Domingues

 

Em outubro de 2006, o "momentum" foi ótimo, por conta de toda essa movimentação que criamos a partir do final de maio e junho em diante, principalmente. Mas houve um elemento desabonador nessa questão, que não mensurávamos nessa época, por falta de visão, naturalmente. 

Sem um empresário, manager, agente, ou no mínimo uma pessoa desbravadora que propusesse-se a vender o "produto Pedra", toda a movimentação que fizéramos tendia a esvair-se ralo abaixo, com uma facilidade espantosa.

Banner no Site Wiplash, a anunciar o lançamento do álbum, em 2006

E foi o que ocorreu, infelizmente, pois quando pareceu que as portas insinuaram-se abrir, se tornara necessário alguém para precipitar de vez esse movimento, e fazer "acontecer" tal abertura, de fato. E na ausência absoluta de uma pessoa nessas condições, vimos escapar pelos dedos a possibilidade de galgar mais degraus, nessa surpreendente escalada que tivemos, pelos nossos próprios meios.
                          Matéria no Site "Tocando Guitarra"
 

Enfim, não é nenhuma novidade que as coisas processem-se dessa forma em qualquer setor da vida e no mundo artístico, parece ter um acento ainda maior, tal prerrogativa. Claro, não tínhamos essa visão na ocasião, com a frieza que o distanciamento histórico permite-me nesta análise, agora (2016). 
Resenha do disco no Site A Barata, do poeta / agitador cultural, Luiz Cichetto "Barata"

Pelo contrário, estávamos muito animados pelo "momentum" e ao acharmos ser questão de dias, no máximo semanas, para termos novas investidas firmes, rumo a degraus mais elevados.
A sigla "RPB" foi uma mera jogada de marketing que usamos e a sua ideia houvera vindo da parte do Rodrigo Hid. Significava: "Rock Popular Brasileiro" e não queria dizer absolutamente nada, em suma... mas certos órgãos da mídia acabaram por comprar a proposta jogada no Release do disco e usaram-na, caso dessa resenha publicada no Site "Futrico", aliás este a se revelar um site de fofocas de atores de novelas e subcelebridades da TV aberta, portanto, agradecemos a publicação, mas foi um mundo estranho para nós e vice-versa...

Nessa linha de pensamento, a qualquer momento surgiria um empresário com vontade de trabalhar, e com talento e contatos para conduzir a banda para lugares melhores.
Boa resenha assinada por Marcia Janini, para o Site Musicão. Ela percebeu que éramos uma banda multifacetada, com diversas influências e citou músicas que apreciara, a dar-lhes elogios de quem realmente ouvira com atenção o trabalho.

Alguém com um nível minimamente profissional, não precisava ser um mega empresário poderoso (claro que se aparecesse, aceitaríamos de bom grado alguém desse porte). Mas o tempo foi a passar e ninguém assim, com essa qualificação mínima, interessou-se.
O amigo Alexandre "Wildshark" fez uma bela resenha no Site "Rock on Stage. Conheço-o de longa data e sei que é um radialista/músico e agitador cultural experiente, além de bastante versado no ramo.

Teria sido melhor ficar sozinho do que ter um sujeito sem noção como o "R"? Claro que sim, mas ficarmos sozinhos não foi nada saudável para nós, ainda mais em um momento onde se tivéssemos alguém "esperto", no bom sentido do termo, teríamos subido alguns degraus a mais, já naquele momento.
Bento Araújo dispensa apresentações como jornalista, crítico de Rock e editor da Revista Poeira Zine. Aqui, ele resenhou o nosso disco para o Site Show Livre

Nesses termos, além das execuções radiofônicas que prosseguiram com força (até surpreendentemente para nós), e as matérias com resenhas do disco, que continuaram a serem publicadas com teor muito positivo, nós entramos em uma fase difícil de agenda.
Como sempre em suas matérias, Marcos Cruz elaborou uma resenha extensa e recheada de detalhes, para o Site Wiplash. Curiosa a sua linha introdutória, no entanto, por haver abordado a expectativa prévia de um possível desapontamento em relação ao trabalho, talvez por nos comparar a bandas que optaram pelo Pop radiofônico comercial proposital, apesar de ter em suas linhas, músicos egressos de bandas de Rock históricas. Foi o caso de algumas como: "14-Bis" e "Rádio Táxi" em âmbito nacional, e o "Asia", no campo internacional. A louvar-se a sua sinceridade em deixar claro que havia duvidado de nós, principalmente eu e Rodrigo que ele admirava por nossa passagem longeva pela Patrulha do Espaço, e nesses termos, foi positivo ele ter gostado e a resenha acabar de forma positiva, com ele quase que a se desculpar por ter duvidado que o Pedra fosse uma banda "não vendida" ao sistema...

Talvez o canto do cisne desse ótimo impulso de 2006, tenha sido uma aparição em um programa de TV, onde tivemos espaço farto para falar e tocar ao vivo.

            No catálogo da distribuidora Tratore, em 2006

Uma pena que fosse um programa de pouca repercussão, por ser veiculado em uma estação de baixa audiência, que nem era da grade da TV paga, tampouco estava na grade da TV aberta. 

Nesse limbo do "UHF", ficava escondida a Rede NGT, uma estação com ótimos propósitos, boa estrutura técnica e sobretudo, aberta a dar espaço a artistas independentes, sem estar contaminada com a maldita máfia do jabá. Conto a seguir, sobre essa etapa.

Continua...

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