Com a nossa comitiva habitual, mas reforçados por Claudia Fernanda, e por um dos filhos do Junior, o James Castello, tivemos também a simpática presença do poeta, Luiz "Barata" Cichetto, mais uma vez conosco.
Para minimizar o calor, saímos um dia antes, durante a noite, quase madrugada de quarta feira, 20 de novembro. De fato, na calada da noite existem os perigos inerentes da estrada, dobra-se a atenção etc, mas o frescor da madrugada, a se evitar o sol a pino, fez bem para todos, principalmente para o nosso ônibus, que se desgastou muito menos.
O nosso primeiro destino foi São José do Rio Preto-SP, cidade natal de nossos amigos do "Hare", banda que conhecêramos ao final de 2001, e cujos membros haviam se tornado nossos amigos.
E boa nova, eles fariam a abertura do nosso show, e isso foi a garantia de uma ótima apresentação e sobretudo, 100 % coadunado com os nossos ideais.
Tal estabelecimento era novo na cidade e prometia ser um polo de cultura para o povo riopretense, por isso estávamos contentes em estarmos ali naquele momento em que iniciara as sua atividades.
Chamava-se: "Cultural Bar", mas ia além de um bar tradicional enquanto casa noturna nesses moldes, pois a despeito de ter um bar em seu complexo, a pretensão de seus proprietários foi a de fazer do local um mini-centro cultural multiuso, não focado apenas em apresentações musicais, mas a abrir para outras manifestações artísticas e culturais, ainda que os shows de Rock fossem o carro-chefe das atividades ali produzidas.
Não seria a inauguração da casa em si, visto que tal solenidade houvera ocorrido uma semana antes, com o show da banda paulistana, "Velhas Virgens", mas foi um clima de novidade na cidade, ainda, certamente.
Não se tratavam de instalações luxuosas, mas os seus proprietários se esforçaram para arrumar e decorar a casa de uma forma muito agradável. O espaço se instalou em uma construção antiga, bem no centro da cidade, em plena Avenida Voluntários de São Paulo, famosa e importante via da cidade de São José de Rio Preto.
O único senão para esse simpático estabelecimento, foi a questão da enorme escadaria que havia da rua para o seu mezanino, e dessa forma, os nossos roadies sofreram uma barbaridade para transportar o equipamento da banda para dentro da casa.
Soundcheck feito com enorme tranquilidade e confraternização total com os amigos do "Hare", só nos restara esperar a hora do show.
Voltamos ao hotel, descansamos e nos arrumamos com tranquilidade.
Quando chegamos novamente à casa, um fã que viera de uma pequena cidade vizinha (Guaraci-SP), nos esperava com vários discos da banda e nos entrevistou para o seu fanzine. Esse rapaz chamava-se: André Galão e ele estava tão entusiasmado em nos assistir, que a sua animação nos contagiou, e claro que foi sensacional ter uma demonstração de carinho desse porte. Ei-lo na foto acima, com o Rolando Castello Junior e eu, Luiz Domingues, retratados no Jornal Realidade Regional
O show do "Hare" foi ótimo e ali, mais uma vez eu me enchi de esperanças quanto ao futuro do Rock brasileiro, embora ao analisar hoje em dia, 2015, não é pela falta de talentos que lastimamos a fase péssima em que vivemos, mas exatamente pelos espaços culturais serem blindados para artistas dessa qualidade.
Chegou a nossa vez, e o público Rocker de São José do Rio Preto-SP respondeu como esperávamos, com um calor humano total. Foi um show muito animado, a honrar as tradições da banda e dos Rockers locais. Foi o dia 21 de novembro de 2015, uma quinta-feira, e cerca de cem pessoas nos viram nessa noite.
Ossos do ofício, o show do dia seguinte seria em uma cidade muito próxima, mas que nos obrigou a retroagir cerca de cinquenta Km para trás, sendo que no dia seguinte teríamos que voltar a Rio Preto, para seguir adiante e irmos à uma outra cidade além. Nem sempre a turnê ficava alinhada com a logística e quando aconteciam tais anomalias logísticas, nós brincávamos, a dizer que se tratava de uma "turnê da barata tonta"...
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