quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Autobiografia na Música - Pedra - Capítulo 66 - Por Luiz Domingues

E chegou o dia do show! Foi o 28 de setembro de 2006, uma quinta-feira e particularmente um dia que eu nunca me esqueço, pois era data de aniversário do meu pai, e nesse ano, foi a última que vez que ele o comemorou, pois veio a falecer dois meses depois. No entanto, falarei sobre fatos mais alegres e pertinentes à narrativa..

Marcamos encontro na casa do Xando Zupo, cedo, cerca de 11:00 horas da manhã, pois a hora marcada para chegarmos ao Via Funchal, fora a marca de 14:00 horas. 

Claro, houve um esforço do produtor, Marcelo Francis, para que o cronograma funcionasse dentro do programado. Com poucos atrasos, a nossa comitiva esteve reunida no Overdrive Estúdio e com a presença do empresário, "R" em nossa comitiva. 

O sujeito teria enfim o seu grande teste, a nos mostrar toda a sua mobilização como "road manager", ao lidar com todas as atribuições nesse sentido. No primeiro teste, "aparentemente" ele passou, pois responsabilizara-se pela contratação de uma van e esta chegou no horário combinado.

Eu cheguei ao Overdrive com vários jornais em mãos e contente com a constatação de haver notas e pequenas matérias em vários, com o nosso nome inserido, ainda que o destaque fosse para o Uriah Heep, naturalmente. 

O meu primo, Emmanuel, filmou essa concentração no Overdrive, a conter a partida na van, chegada ao Via Funchal, camarim e boa parte do processo de soundcheck. O show, infelizmente, ele não filmou quase nada, pois fomos impedidos pelos seguranças da casa, mas isso eu conto depois.

Ainda a falar sobre a concentração, o clima foi de animação total e nós sentimos ser o coroamento de uma fase excelente pela qual passávamos. Sob um crescente, fomos a ganhar espaços e dentro dessa premissa, participar da abertura do show de um dinossauro britânico setentista, pareceu ter caído como uma luva nesse plano de expansão que estávamos a cumprir, nesse ano de 2006.

O empresário "R" fora uma incógnita, contudo. Falante, ele dizia estar a planejar muitas realizações para nós, mas concretamente a falar, estava ali conosco sem ter movido uma única palha para que estivéssemos no patamar onde encontrávamo-nos naquele instante.

Éramos um produto com atributos, a fazer barulho na mídia, a caminho de abrir o show de um dinossauro mundialmente famoso e o sujeito demonstrava não entender o que isso representava, e sem nenhuma pretensão ou esnobismo de minha parte, não foi pouca coisa para que ele não percebesse o potencial. 

Nessa van, levamos conosco, três roadies: Samuel Wagner, Daniel "Kid" Ribeiro e Emmanuel Barretto, este a ser o meu primo e film-maker oficial dos bastidores. Grace Lagôa, esposa do Xando, foi preparada para fotografar e como convidada, Lu Vitaliano, atriz & cantora, esposa do Rodrigo à época. Mais tarde, Elizabeth Scartezini, esposa do Ivan, compareceu também para se unir a nós no camarim, mas apenas como convidada, sem funções específicas para desempenhar na equipe. 

Também estavam conosco, naturalmente, o empresário "R" e o motorista da van, cujo nome, esqueci. Lembro-me bem que momentos antes da partida, o indefectível, "R", quis fazer um lanche na padaria próxima ao estúdio, e através de uma conversa reservada comigo e Xando Zupo, ele expôs os seus planos. 

Parecia fácil para ele, montar uma turnê e colocar-nos a atuar em um circuito seguro de shows, com cachê valorizado, mas conforme eu contarei logo mais, foram apenas bravatas de sua parte.

Por volta de 13:00 horas, a van estava carregada, com todo o nosso equipamento. Levamos o nosso equipamento de palco completo e instrumentos. 

Eu levei dois baixos, o Xando levou três guitarras e o Rodrigo, outras duas. Fora o kit de teclados e as peças fundamentais de bateria, pois o Ivan usaria uma carcaça Luthier, de fabricação do baterista & empresário, Tibério Correa.

No percurso até o Via Funchal, fomos a conversar animadamente e tranquilos de que faríamos um grande show, mesmo por que tivemos a certeza de que teríamos um som de PA de alto nível, visto que o nosso técnico e produtor de estúdio, Renato Carneiro, estaria presente no show, para operá-lo. 

Chegamos no Via Funchal, alguns minutos antes do horário combinado.

Continua...

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