segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Autobiografia na Música - Pedra - Capítulo 85 - Por Luiz Domingues

Fizemos uma divulgação rápida, ao lutarmos contra o relógio de um show marcado às pressas, mas animados pela possibilidade de um espetáculo diferente, que certamente impressionaria o público. 

Não foi uma grande sacada inovadora ao meu ver, pois remetera aos happenings sessentistas, mas essa realidade estava tão distante de nós, que ficou óbvio que surpreenderia a esmagadora maioria do público.

O "Parabelum" faria o seu show de estreia. Tratou-se de um trio com a proposta de fazer um som aberto, a passear pelo Rock vintage, MPB, World Music, Folk, e até pela música étnica. A grande estrela, claro, foi o Cezar de Mercês, pela estrada percorrida no Rock e MPB etc. Mas os outros elementos, eram músicos de grande qualidade e versatilidade. 

O guitarrista/baixista Marcião Gonçalves, é um raro exemplo de multi-instrumentista que executa com maestria mais de um instrumento, além de cantar e compor bem. E o percussionista/baterista e cantor, Caio Ignácio, dominava a linguagem da percussão, como poucos, além de ser compositor, também.

A ideia foi fazer um show curto, pois tal banda nem possuía um grande repertório ainda em mãos, e claro, executariam músicas d'O Terço e da carreira solo do Cezar, o que aliás era esperado pelo público, pois sabíamos que a presença do Cezar, atrairia um público d'O Terço, visto que há muito tempo ele não apresentava um show ao vivo, sendo que nos últimos tempos, dedicava-se a tocar na noite, em combos jazzisticos e instrumentais. 
 
Portanto, ficamos contentes pela inclusão do "Parabelum", que abrilhantaria a noite, certamente.  

Já o grupo de Teatro "Comédia de Gaveta", havia preparado duas sketchs curtas como participação para o evento. 

Abririam o espetáculo, com uma criação coletiva deles, a se evocar o teatro grego clássico e gerar uma ligação com os tempos atuais e o show de Rock, enquanto uma instituição. 

E no meio, entre uma banda e outra, prepararam uma sketch mais contemporânea, em que o humor foi a tônica e uma confusão seria criada pela quebra de um LP raro dos Beatles, acidentalmente, a causar discórdia entre as personagens. 

Da parte do artista plástico, Diogo Oliveira, estávamos ansiosos pela sua participação, justamente por sermos sabedores de sua genialidade. Tínhamos certeza de que ele seria um estouro no espetáculo, pela sua incrível criatividade, e pelo fato de ser um grande músico igualmente, além de estar conectado com a vibração sessentista como um ideal, a sua interação com a música, seria total, portanto. E chegou o dia do espetáculo!

Continua...

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