quinta-feira, 18 de junho de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 87 - Por Luiz Domingues


O resultado prático de tal aparição na TV, deixou a desejar,
infelizmente. Como eu já salientei, o Musikaos não teve nem 10% da força que a velha, "A Fábrica do Som" teve nos anos oitenta. 


Vida que seguiu, o próximo compromisso da Patrulha do Espaço foi uma volta ao Volkana, uma casa noturna de São Bernardo do Campo-SP, onde já tocáramos anteriormente. 
Única foto da Patrulha do Espaço em ação no Volkana, nesse dia. Click; acervo e cortesia de Belo

Foi a noite de 5 de maio de 2001 e cento e vinte pessoas nos viram tocar. Antes de nós, duas bandas se apresentaram. O "Blues Riders", boa banda, que aliás está em atividade até hoje, heroicamente a fazer o seu trabalho autoral, com muita dignidade no campo do Blues-Rock. E a outra, chamada como: "O Toque de Midas". 

Em breve, uma outra frente de trabalho abrir-se-ia para a banda. Graças a um acordo firmado com um estúdio no bairro do Cambuci, zona sul de São Paulo, nós começaríamos a gravar um novo álbum. 
 
O Rolando Castello Junior descobrira esse estúdio por conta de seus esforços para lançar o volume 4 da série antológica, denominada: "Dossiê". Eu mesmo fui com ele a demarcar uma mini sessão que fizemos para mixar rapidamente algumas músicas ao vivo, e oriundas do show que fizéramos em 2000, no Centro Cultural Camerati, de Santo André-SP. 

Nesse dia, mixamos tais músicas, e também formatamos
algumas músicas de uma Fita K7, de onde havia versões ao vivo de músicas do CD Chronophagia, executadas em um programa de rádio, chamado: "Brasileiros e Brasileiras", da Rádio Brasil 2000 FM. 

Foto que usamos como promocional em 2000, mas que fora clicada no estúdio da Rádio Brasil 2000 FM, por ocasião desse programa que citei acima

Apesar de estar armazenada em uma simples fita K7, estavam tais canções com uma qualidade incrível, e a performance da banda fora excelente, por que estávamos muito ensaiados e inspirados. Dessa forma, ele por usar os serviços do estúdio para finalizar a capa, visto que também se executava esse tipo de serviço ali, e dessa forma, alinhavou-se um acordo para gravarmos algumas faixas no meio do ano, que possivelmente resultariam em um novo álbum.

Ainda a discorrer sobre a coletânea, "Dossiê Volume 4", o bojo desse lançamento tratou da fase da banda entre 1992 e 2000, portanto, a nossa formação foi citada ao final da história da banda até ali narrada, no excelente libreto escrito pelo Rolando Castello Junior, para dar continuidade aos trabalhos já lançados anteriormente, com os dossiês 1; 2 e 3. Como estávamos a construir uma história ainda em 2001, ele só narrou sobre o nosso início em 1999, e foi até o ponto de maio de 2001, ou seja, a data limite possível naquele instante em que finalizou a produção dessa coletânea.

Como registro fonográfico, além do álbum "Primus Inter Pares" de 1992, este CD contém duas faixas do CD Chronophagia,  "Ser" e "Céu Elétrico". Contém também, duas músicas gravadas por formações sazonais de 1995 e 1998: "Gata" e "Pátria Amada".Se bem que "Gata", ao que consta, seria um outtake do LP Primus Inter Pares.


E para fechar com a nossa formação "chronophágica", eis quatro músicas gravadas ao vivo e extraídas de dois shows que fizemos, em janeiro de 2000. "'Depois das Onze" e "Sr. Barinsky", que foram capturadas através da gravação do show que realizáramos no Espaço Cultural/Estúdio Camerati, de Santo André-SP, e "O Ritual", extraída do áudio de nossa aparição no programa: "Turma da Cultura", da TV Cultura de São Paulo, em maio de 2000; além de "Retomada", também gravada em maio de 2000, desta feita no estúdio da emissora Brasil 2000 , durante a nossa performance ao vivo no programa: "Brasileiros e Brasileiras".

No caso de "Retomada", o incrível foi que o material original dessa gravação, veio de uma simples fita K7 e surpreende dessa forma, por conter um áudio surpreendente enquanto resultado de captura. Claro, houve uma maquiagem de estúdio, a melhorar a equalização geral, mas foi um detalhe mínimo, ao se considerar que através de numa fita K7, seria impossível separar canais e somente trabalhar assim, com um sinal "LR", sem poder contar separadamente com cada instrumento. Por esse cenário limitante, surpreendeu e muito.

Sobre a capa, o Rolando Castello Junior optou por manter a estética dos volumes anteriores dessa coletânea, uma decisão acertada ao meu ver. Portanto, trata-se de mais uma ilustração a evocar signos aéreos, um pouco menos ao estilo Sci-Fi, no entanto, por retratar assim um avião de caça, aparentemente dos anos 1940, com o piloto e a sua acompanhante, uma bela garota, em situação de ataque, a fazer uso de metralhadoras. O crédito é do ilustrador Tom Gianni, um importante desenhista de Comics.

Toda a parte de diagramação de texto e lay-out do encarte ficou a cargo de Givaldo Silva, e eu acompanhei várias sessões de seu trabalho, junto ao Junior, ali em 2001.  

A versão ao vivo de "Sr Barinsky", que está contida no CD coletânea, Dossiê Volume 4.

Eis o Link para assistir no You Tube:
https://www.youtube.com/watch?v=eGVDas3IAPw                

Então foi isso, entre o CD "Chronophagia" e o ".ComPacto", essa coletânea ocupou uma lacuna e mesmo que tenhamos tido pouca participação efetiva de nossa formação, está aí a nossa formação, a contar um pedaço da nossa participação na história geral da banda, e com raridades ao vivo, sobretudo, como presente aos fãs da banda e da nossa formação em específico. 

E como algo muito positivo, é muito bom ter uma versão ao vivo de "Depois das Onze", quando deixamos o registro de uma música clássica do repertório antigo da banda, sob a nossa interpretação "chronophágica".

Além de tudo, esse "Dossiê Volume 4" abriu caminho para concretizarmos o segundo álbum da nossa formação, conforme relatarei a seguir. Nessa altura, maio de 2001, já tínhamos repertório novo para compor um novo CD. Algumas canções, inclusive, já estavam a ser tocadas há meses nos shows, casos de "Homem Carbono"; "São Paulo City", e "Terra de Minerais", esta última inclusive, ainda não detinha esse título, e de forma provisória, nós a chamávamos como: "Aclimação", ou seja, o nosso bairro "base", e certamente o QG da Patrulha do Espaço no início do novo século.

Continua... 

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