quarta-feira, 10 de junho de 2015

Autobiografia na Música - Sidharta - Capítulo 36 - Por Luiz Domingues


Daqui em diante, todo o episódio sobre a Jam, e como isso culminou por desenvolver a volta da Patrulha do Espaço à cena artística brasileira, já foi contado no respectivo capítulo dessa banda. Vou abordar mais alguns detalhes aqui, ainda sob o viés do Sidharta, naturalmente. 

Dessa forma, apenas realço que embora ainda a nos esforçarmos para cumprir uma estratégia de abordagem sutil, para visar despertar no Rolando Castello Júnior, a curiosidade espontânea etc. e tal, o nosso foco foi o Sidharta.  

Não passava pela nossa mente, a ideia de enterrar o projeto para usar o material como matéria prima apenas para alimentar a volta da Patrulha do Espaço. Uma eventual fusão dos trabalhos, nem era cogitado por nós, nesse momento. Isso por que não foi apenas um balaio com vinte e duas músicas compostas, arranjadas e ensaiadas, porém, certamente a envolver todo um conceito que dizia respeito a um conjunto de ideias correlatas, quase a caracterizar um manifesto artístico. 

Tudo mudou quando o nosso sonho utópico chocou-se com a realidade do mundo da produção musical em si, e a dura situação do underground, sobretudo, pois sobreviver no subterrâneo da música, longe dos holofotes do mainstream, é extremamente difícil, e nesses termos, começar do zero se trata de algo ainda muito pior.

No entanto, nesses dias que antecederam a Jam-Session, e em alguns que o sucederam, ainda não ponderávamos essa questão, talvez inebriados pela utopia artística do bonito trabalho que construímos, em detrimento da aspereza do mundo dos negócios, e sobretudo, a questão da sobrevivência cotidiana. 


Dito tudo isso, aproximo-me do final deste relato sobre o Sidharta.


Continua...

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