sexta-feira, 19 de junho de 2015

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 328 - Por Luiz Domingues -


Ainda a falar sobre o jornal nº 5, no box sobre repertório, falamos sobre algumas novas canções já finalizadas e prontas para serem incorporadas ao set list de shows ou a serem gravadas.

O fato de naquele instante o material novo ser enorme em quantidade, foi alardeado, e eu até brinquei com a perspectiva de que caminhávamos para um álbum duplo. De fato, se tivéssemos possibilidade, teríamos mesmo lançado um disco duplo, tranquilamente, pois não só tínhamos um material vasto, e de qualidade, como estávamos a mil por hora e no decorrer do segundo semestre inteiro, não paramos de criar novas canções, principalmente por termos fechado contrato com o Studio V, e com a facilidade do estúdio próprio do escritório, nos animamos ainda mais em criar e termos muitas opções, visto que dávamos com certo o fato de que assinaríamos com uma gravadora major. 
Nessa edição, falei sobre: "Guerra Quente", "Ficar sem Ninguém", "Profecia", e deixei o recado de que naquele instante trabalhávamos com mais quatro músicas.

Através de um um box nostálgico, mas estratégico para agradar aos fãs, falamos sobre como estavam naquele instante os vocalistas anteriores da banda. Disse então que o Percy Weiss estava no Harppia, naquela ocasião. Verônica Luhr havia "sumido" da cena, mas havia o boato de que casara-se com o guitarrista, Jean, da Banda Performática do Aguilar. Sobre Chico Dias eu só sabia que voltara para a sua cidade natal, Rio Grande-RS, e o Fran Alves estaria a articular uma banda que teria o sugestivo e prático nome de: "Fran", talvez a seguir os passos do vocalista, Ronnie James Dio que criara o "Dio". Que eu saiba, isso não se concretizou, ao ter ficado só na especulação. 

Prosaico, mas válido, o box seguinte foi um espaço para fãs que queriam conhecer fãs... quase vinte anos antes das pessoas começarem a usar redes sociais na internet, a forma mais rudimentar foi mandar uma carta para o fã-clube a solicitar a publicação do seu endereço, e esperar que um dia o carteiro lhe trouxesse a carta de alguém que lera o seu anúncio, e se dispôs a compartilhar o seu interesse em comum pela banda, como forma de forjar uma amizade. Comunidades temáticas fariam exatamente essa função agregadora no futuro, nas redes sociais e no saudoso "Orkut", por sinal, teve nesse ato singelo, o seu maior trunfo, e a razão de seu sucesso por anos, mas nem sonhávamos com isso nos anos oitenta, é claro. No caso desta edição, um rapaz morador do bairro do Campo Belo, na zona sul de São Paulo, queria fazer amizade com outros sócios...

O Box seguinte, falara de apoio de outros Fã-Clubes. A sociedade Brasileira dos Apreciadores do Deep Purple, por exemplo, era um fã-clube muito bem organizado, e autorizado para atuar no Brasil, pela fã-clube de mesmo nome, da Inglaterra. Cheguei a ficar amigo do seu presidente, um rapaz chamado, João Cucci Neto, muito gentil e que gostava d'A Chave do Sol, a quem enxergava como uma banda com forte influência Hard-Rock setentista, e isso foi um bálsamo para os meus ouvidos, em meio a tanta gente que nos considerava como uma banda de Heavy-Metal...

Contudo, para contrariar a minha vontade, houveram também: "Associação Metal Nacional Fã Clube" e "Os Defensores do Heavy-Metal", de Osvaldo Cruz, interior de SP. Este aliás, mandou-nos um questionário e lhes concedemos entrevista a seguir.

Lógico que a despeito de minha contrariedade pessoal com o Heavy-Metal, toda a ajuda foi bem vinda e ao ir além, naquele instante, não havia espaço para conjecturas em contrário, e foi a hora de somar apoio e seguir em frente.

O box seguinte falara sobre os últimos shows realizados. Os shows do Palmeiras, Praça do Rock, e no Caverna II, do Rio de Janeiro, foram destaque, naturalmente.

E por fim, para fechar a edição, a agenda futura, a dar ênfase ao show que faríamos no Centro Cultural São Paulo ao final de agosto, e cuja passagem, eu já descrevi anteriormente.

Na próxima edição, que lançamos em outubro, já estávamos a todo vapor dentro do Studio V, mas ainda não tínhamos a foto oficial da assinatura do contrato, que acabou por ser publicada na edição n° 7, de janeiro de 1987. Na hora certa, comentarei a respeito, naturalmente...
Continua...

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