Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
domingo, 7 de junho de 2015
Autobiografia na Música - Sala de Aulas - Capítulo 70 - Por Luiz Domingues
Uma outra boa traquinagem que os alunos aprontaram, foi na verdade, uma brincadeira dentro de minha própria sala de aulas.
Em uma certa ocasião, sob total improviso, eis que emboscaram um garoto que não era aluno, mas agregado das aulas, por ser irmão de um aluno, e o forçaram a entrar no banheiro anexo à sala de aulas, para em seguida, descarregarem um tubo de aromatizador inteiro, lá dentro.
Nesse dia, confesso que fiquei preocupado, pois a brincadeira excedeu-se bastante, e o rapaz ficou sufocado. Claro que a brincadeira parou na hora, mas durante alguns minutos, cogitei levá-lo ao pronto-socorro. Felizmente, ele recuperou-se e nada de grave aconteceu, entretanto, ao lidar com adolescentes, ficara claro que acontecimentos assim poderiam acontecer a todo instante, e nesse caso, a minha responsabilidade seria zelar pela integridade de todos, ainda que eu achasse sadio o clima de amizade estabelecida, o que tornava as minhas aulas muito mais agradáveis do que qualquer aula de música tradicional, ministrada em conservatórios sisudos.
Lógico que eu tenho consciência de que esse caráter mega liberal de minha parte, era atraente para eles, mas não houve maquiavelismo deliberado, no sentido de querer acintosamente angariar mais clientela com tal predisposição. Eu apenas achei que seria muito mais agradável para todos, que as aulas fossem assim, despojadas, e houve no bojo, um elemento implícito nessa determinação.
Com aquela balbúrdia instaurada, as aulas não paravam um só instante, isto é: o aluno que estivesse no seu horário, não parava de estudar e prestar atenção nas minhas orientações, e a despeito disso, o que foi um tremendo teste de percepção musical a que submetera-se. Se o aluno conseguia absorver a aula nessas condições, estava preparado para tocar em qualquer circunstância, e de certa forma, uma didática absurda dessas, assemelhava-se aos exercícios propostos em aulas de teatro, e também através de cursos de rádio e TV, ministrados em faculdades, onde testes de percepção desse teor, são propostos para desenvolver os sentidos.
Continua...
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