Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
quinta-feira, 18 de junho de 2015
Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 84 - Por Luiz Domingues
O próximo compromisso foi uma oportunidade boa para impulsionar a banda. Aliás rara oportunidade para a Patrulha do Espaço, que pelo menos nessa fase em que eu fui componente, teve parcas aparições na TV, e em sua maioria, através de programas com pouca audiência, em canais comunitários e similares. Desta vez, iríamos participar de algo maior, ao tratar-se do programa: "Musikaos", da TV Cultura de São Paulo.
O "Musikaos" teve a melhor das intenções por parte da direção da TV Cultura, e o seu artífice maior foi o Gastão Moreira, ex-VJ da MTV, e que era assumidamente um Rocker, inclusive por ser um músico, também. Eu o conhecia bem, desde os meus tempos como membro do Pitbulls on Crack, e portanto sabia dos seus propósitos dentro da TV, e o quanto desejava criar produções desse porte na MTV, e assim, descontente com os rumos daquela emissora (outrora interessada em música...), havia adotado no sentido oposto, a sua adesão à TV Cultura pareceu ter sido um alento para todas os artistas marginalizados na mídia.
E certamente foi assim que ocorreu. Contudo, a esperança de que o "Musikaos" adotasse a aura perdida desde a extinção do programa: "A Fábrica do Som", frustrou-se totalmente. Ninguém envolvido nessa produção tem uma explicação definitiva, mas muitas hipóteses foram ventiladas. A mais óbvia, certamente, foi de que vivia-se uma outra época, e aquele entusiasmo do público por bandas autorais independentes, havia diluído-se, em meio a esse grande hiato de anos perdidos.
Concordo com esse raciocínio, é claro. De fato, o "Musikaos", apesar de manter na ocasião, uma linha um pouco diferente da velha, "A Fábrica do Som", tentava resgatar alguns ícones antigos e marcas registradas daquele programa oitentista.
Por exemplo, as gravações eram realizadas no mesmo local onde se gravava a "Fábrica", ou seja, o teatro do Sesc Pompeia. E por coincidência (na verdade, é claro que por conveniência de agendas), no mesmo dia de semana, a terça-feira. E para tentar resgatar a magia de outrora, o dia de exibição na TV Cultura, e com retransmissão para as TV's educativas coligadas de quase todos os estados do Brasil, a se demarcar no mesmo dia e horário em que a "Fábrica" era exibida na grade daquela época: sábado, 18:00 horas.
O baterista dos Titãs, Charles Gavin a citar o Junior, na Revista Batera & Percussão. Março 2001
Tevea tudo para ser um estouro e repetir o sucesso d'A Fábrica do Som, mas não deu liga, como se diz popularmente, e assim, teve vida curta, infelizmente.
O seu lançamento foi saudado com grande entusiasmo por todos os artistas independentes, onde me incluo, claro, pois seria um raro oásis na TV para artistas fora do esquema do famigerado jabá, onde o artista precisa pagar (e muito), para ter o seu trabalho executado em rádios ou exibido nas TV's.
Alheio a essa análise que só faz sentido agora, com o distanciamento histórico (escrevo este trecho em junho de 2013, e publicado em 2015), a sua vida efêmera não era imaginada à época, é claro. E o que nos importava em realidade, seria fazermos uma boa aparição, tanto para o público presente, quanto para os telespectadores, em número muito maior, assim esperávamos.
Continua...
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