Passado esse show que cumprimos no Olympia, as atenções permaneceram com a "mini linha
de produção", em relação aos esforços para preparar as latas que
envolviam os CD's, e o seu respectivo aparato promocional, além da produção do show de
lançamento.
Fechado com aquela equipe que já mencionei, e selado o
contrato com aquele mesmo sítio, onde eu e Deca fomos verificar o esquema do trabalho,
em outubro (conforme já relatado), em novembro, os esforços eram para criar ideias e sobretudo,
colocá-las em prática.
Nas reuniões com o Alexandre Madeira, o marqueteiro da gravadora, e com a presença da Marina Yoshie, muitas ideias foram ventiladas. A minha
pressão pessoal foi total para que a festa fosse calcada em valores contraculturais dos anos sessenta, e
logo surgiu a ideia de batizá-la como: "Pitstock", a estabelecer uma clara alusão ao
Festival de Woodstock. Sinceramente não lembro-me de quem foi a autoria
dessa denominação, mas arrisco dizer que veio da Marina.
Sugerimos
um telão a exibir imagens de ícones sessentistas diversos.
No
Brainstorm, foi cogitada a hipótese de projetar-se cenas de séries de TV
daquela década, e cogitou-se usar a minha coleção pessoal como base para
tal.
Chegamos a pensar em colocar episódios inteiros de séries como: "Batman"; "Lost in Space", e "Mod Squad", e isso seria adorável, é claro,
contudo, a razão falou mais alto e bastaria um fiscal do Ecad aparecer, e
isso causaria um tremendo de um problema por conta dos devidos impedimentos em torno dos problemas autorais.
A questão da sala de
som mecânico, também foi discutida amplamente. Claro que teria que
existir para que as pessoas alheias ao show ao vivo, pudessem
divertir-se com a opção do som mecânico, mas desde que obedecesse a
questão
temática, a seguir o plano geral.
Ou seja, nada de "bate-estaca", som eletrônico e
que tais noventistas destoantes, e muito menos o Techno-Pop oitentista. A ideia seria
contar com o melhor da estética da Black Music sessenta-setentista, marcada pela extrema qualidade, ao transformar essa noitada
em um autêntico "Soul Train" da Philadelphia...
Uma exposição sobre
a Art-Pop e outra, sobre a chegada do homem à Lua, foram cogitadas, também,
mas demandaria patrocínio extra para bancar tal ideia. Em
princípio, cogitamos também contratar uma banda cover para executar
clássicos das décadas de 1960 e 1970, pois o nosso show não sustentaria a festa inteira. Mas
algumas nuvens negras começaram a aparecer nessas reuniões de
brainstorm...
Paulatinamente, o marqueteiro pôs-se a cortar as ideias que
mais remetiam aos anos 1960, e ao alegar inviabilidades, paulatinamente minou o
projeto inicial, de maneira a transformar o nosso "happening sessentista",
em uma festa comum, como aqueles produtores, amigos dele, estavam acostumados a fazer. Então,
o golpe final em nosso sonho "woodstockeano", deu-se quando o sujeito
anunciou que estavam a cogitar trazer uma banda internacional como
atração, no intuito de reforçar a festa.
Show no Olympia, outubro de 1996. Foto de Marcelo Rossi
Nós deveríamos ter
adorado a ideia, deve ter pensado o Alexandre, mas a nossa reação foi em torno da
estupefação, pois o show de lançamento do NOSSO DISCO, nesse instante passou a parecer que relegar-nos-ia à condição de um mero coadjuvante, e as baterias centrar-se-iam, em uma atração internacional. E o pior... ainda se fosse um
dinossauro sessentista, do quilate de um "Iron Butterfly" ou "Joe Cocker", meros exemplos que cito,
estaria no dentro do espírito, no entanto, é claro que a intenção dos rapazes não foi essa, e
realmente isso concretizou-se.
Continua...
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
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