Claro que o soundcheck foi caótico.
Não dava para fazer milagres com um
P.A.tão deficiente daqueles, e sobretudo sob a operação de técnicos despreparados. Pelo nível dos indivíduos,
deduzo que deviam estar acostumados a sonorizar quermesses de igrejas; festas
provincianas de bairros, e que tais.
Ameaçara chover mais, e o
marqueteiro estava enlouquecido com a logística dos australianos, acima
de qualquer outra preocupação.
Entre
o Deca e o Chris, está o jornalista Antonio Carlos Monteiro, que foi
visitar-nos no estúdio, por ocasião das gravações do CD Lift Off, em
1996.
Por
volta das 19:00 horas, recebo a presença do jornalista, Antonio Carlos
Monteiro, acompanhado de sua esposa e filha. Estavam a chegar ao evento, devidamente
convidados por nós, naturalmente. Contudo, por conta dos desmandos da parte da organização do evento,
foram maltratados por seguranças ríspidos. Só soubemos do
ocorrido, ao ouvir o relato do próprio, Antonio, que estava bastante
indignado, e com toda a razão. Segundo ele contou-nos, demorou muito para
alguém liberar a sua entrada com a família, além do clima de tensão e má educação
com a qual foram tratados.
Até cachorro bravo fora atiçado contra
eles, a inibir todo o prazer da família em aproveitar a festa.
Emblemático, o próprio, Tony ironizou, ao dizer que aquela recepção
fora: "Muito Paz e Amor'", como havíamos propagado o "Pitstock", no
release oficial que enviáramos-lhe, e pelo material promocional do
evento.
Fiquei duplamente chateado com essa revelação da parte dele.
Primeiro pela vergonha em expor pessoas amigas a esse tratamento
vexatório; e sob um segundo instante, por essa frase irônica ter espelhado
fielmente a completa desvirtuação do projeto (que afinal de contas, era da responsabilidade dos garotões da organização da festa).
Já falei várias
vezes, mas reforço: a gravadora não tinha obrigação alguma de produzir
um show de lançamento. A ela, caberia produzir o CD; distribuí-lo, e
divulgá-lo na mídia. Portanto, estávamos gratos pelo apoio extra,
inicialmente.
Contudo, todo o projeto saiu de controle, quando o
marqueteiro sentiu-se pressionado pelos seus amigos, produtores da
festa, a cortar veementemente as nossas ideias e dessa forma, praticamente transformar o
nosso lançamento, em uma festa comum, nos moldes em que estavam acostumados
a produzir. Dessa maneira, deve ter surgido a ideia da banda
australiana, que no mundo particular deles, devia ser grande, e agradaria
o público que atingiam normalmente com os seus eventos. Isso eu até entendo. E
também não chateio-me por saber que uma verba da gravadora foi gasta
para investir na festa. Se haviam prontificado-se a produzir o evento, e
isso não seria uma "obrigação" da parte deles, foi compreensível que tenham tido
gastos nessa produção.
Mas a partir do momento que o nosso
lançamento tornou-se secundário, eticamente tornou-se discutível que
esse dinheiro empenhado para cobrir despesas, que competia aos garotões
da organização da festa, tivesse sido usado. Sendo apenas uma
festa normal onde o mote, "Pitstock", perdera o sentido completamente, e
apesar do aparato mercadológico assim denominá-lo, ter tornado-se na realidade a festa com
"Honey Island" e bandas nacionais de abertura, é claro que o dinheiro
teria sido melhor empregado em um novo vídeoclip, ou outras ações de
divulgação para o CD. Enfim, estou apenas a conjecturar, com dezenove anos de distância do evento (1996-2015), pois
o que ocorreu foi que todo o esforço de divulgação do evento a promover o novo CD do Pitbulls on Crack foi todo desperdiçado nessa ocasião...
Continua...
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
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