O livro
foi sem dúvida o material adicional mais interessante e bem
arrumado dentro da lata.
O restante do material foi meramente de apoio,
mas à medida que o marqueteiro da gravadora pôs-se a agregar mais
patrocinadores, o material aumentou em volume, ao fazer da lata, um
verdadeiro baú de objetos inusitados. Uma camiseta com a estampa do cão
em motivos psicodélicos estava agregada, também, mas itens como uma
"carteirinha de hippie", chamara a atenção pelo caráter praticamente
pejorativo que despertou.
Na ilustração dessa carteirinha, continha os traços infantis de um cachorrinho dócil, estilizado
como "hippie bonzinho", e sinceramente aquilo parecia material de
congregações religiosas a tentar aproximar-se da linguagem jovem, mas de
uma maneira totalmente fora da realidade, ao diluir ideias em formato
pasteurizado, e mediante extrema docilidade infantiloide.
Uma argola
pseudo-psicodélica; um chaveirinho da garrafa de Coca-Cola, bolinhas de
gude, um pacote de sopa instantânea, uma vela; e um pacote de incensos, também
completavam a lata. Então,
no cômputo geral, houve um desequilíbrio. Se por um lado o livro
trazia textos sérios sobre os anos sessenta, o restante do aparato
remetia a coisas infantis, ou mesmo antagônicas aos ideais.
A Marina fez um
ótimo projeto gráfico desse material de apoio, baseada na capa de sua
própria autoria, mas em alguns aspectos, o tom ficou dúbio entre
a seriedade e uma velada gozação, e claro que não fora sua culpa, mas pelo contrário, fruto
de impressões não condizentes com o espírito que eu ansiava, portanto
aspectos dispares, oriundos de outros opinantes.
De fato,
eu não podia controlar tudo e sendo justo, não era correto forçar uma
barra, se nem todos compactuavam de meus ideais. E sendo muito realista,
na prática, só eu estava 100 % imbuído de levar isso a ferro e fogo,
com a determinação de um cruzado...
Ao analisar sob o ponto de vista
do trabalho musical do Pitbulls on Crack, essa dubiedade até que fazia
sentido, ainda que involuntariamente, por que o som detinha influências
sessentistas (aliás, sob uma análise mais fria, eram mais setentistas,
baseadas no Glitter Rock britânico), mas nem de longe fora um "resgate"
hippie, contracultural, ou que remetesse explicitamente à essa época.
Pelo contrário, as letras das canções exibiam uma acidez "cockney", muito mais ligada ao punk-rock setentista pós-1977.
Todo
esse aparato pseudo-hippie nada tinha a ver com a letra de "Death on
the Christmas Day", por exemplo, onde a história contada na canção, tem mais a
ver com os filmes de terror do tipo "Sexta-Feira 13" ou "A Hora do
Pesadelo"...
Continua...
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
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