Foi muito curioso estarmos a
participar de mais uma edição do projeto "Harmonizasom", no Bar
Melograno, por que um pouco mais de um ano e meio antes, o Pedra havia
apresentado-se no mesmo local e dentro do mesmo projeto, a encerrar a sua
trajetória e nesse novo instante, estaria de volta com carga total, aparentemente motivado
por um bom astral.
Laert Sarrumor recebeu-nos de forma radiante, pois ele era
um entusiasta declarado da banda desde os seus primórdios e ficara nitidamente
frustrado quando o Pedra fez um show no seu projeto, ao anunciar o fim de
suas atividades. Dessa forma, ele quando soube através do Rodrigo que a banda estava
a voltar às suas atividades, encaixou-nos no projeto, cuja curadoria era sua e de
sua esposa, Marcinha Oliveira, que era (é) a empresária do Língua de Trapo, a colocar assim
o seu prestígio à disposição e dessa forma, nós obtivemos uma repercussão midiática
muito interessante ao se considerar tratar-se de uma apresentação intimista
de bar.
Até uma nota na coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo,
nós obtivemos e convenhamos, ser mencionado nessa coluna não era (é) nada fácil, primeiro que não trata-se de
uma coluna eminentemente cultural, mas híbrida entre esse campo e o social,
portanto, ela mais falava sobre vernissage e lançamento de livros, a focar em
socialites e figuras da política que prestigiavam tais eventos, mais centrados nas camadas mais nobres
da sociedade.
Interessante também, estivemos inseridos em um rol de artistas mais
próximos da MPB e essa foi uma pretensão do Pedra desde o seu início,
portanto, considerávamos salutar abrirmos novas portas e expandirmo-nos além do
mundo do Rock underground, espaço em que habitávamos normalmente.
Eu e minha
clássica implicância com a mídia! Ora, quem é "Xandoo?" Pronunciava-se:
"Xandu", com a fonética de "Xanadu", ou seria com sotaque anglo-americano, a usar a fonética:
"Quizánduu?" Ora, esses jornalistas...
Houveram dois dilemas técnicos sobre essa apresentação no Melograno: o espaço exíguo e o PA minúsculo para ser usado. A casa era muito bonita em suas instalações e decoração, mas a infraestrutura para apresentações musicais ali, era adequada apenas para apresentações intimistas na base de voz & violão e não queríamos fazer uma apresentação acústica.
Houveram dois dilemas técnicos sobre essa apresentação no Melograno: o espaço exíguo e o PA minúsculo para ser usado. A casa era muito bonita em suas instalações e decoração, mas a infraestrutura para apresentações musicais ali, era adequada apenas para apresentações intimistas na base de voz & violão e não queríamos fazer uma apresentação acústica.
Portanto, reduzimos o equipamento ao mínimo, ao levarmos menos da metade do
nosso backline habitual e a assumirmos que não microfonaríamos a bateria e os amplificadores.
E
sobre a questão do espaço, quando chegamos com nosso equipamento ainda no
período da tarde, o gerente do estabelecimento colocou a mão na cabeça, literalmente, a imaginar aonde
colocaríamos tudo aquilo e foi menos da metade do nosso backline, isso ele nem imaginara.
Com paciência, fomos a arrumar os equipamentos e claro que mesmo ao ocuparmos
muito mais espaço do que os artistas que ali apresentavam-se normalmente, ocupamos um espaço além do normal ali da casa (creio que pelo menos quatro mesas para clientes foram desmontadas para
ocuparmos o espaço).
Sobre o equipamento, o Rodrigo conhecia bem o técnico da
casa e tudo ficou armado para usarmos o parco PA apenas para as vozes,
ao assumirmos um padrão de sonoridade de ensaio, com a bateria in natura e instrumentos elétricos com
amplificação comedida.
Bem, apesar de todo esse caráter minimalista, nós conseguimos preservar os timbres
e a contundência sonora da banda, aliás a corroborar a tese de que era possível dar o recado
com qualidade, sem necessariamente ter a pressão de som, um pecado que o Pedra
cometeu na sua carreira como um todo, infelizmente.
Quando o Laert chegou ao estabelecimento, além
da festa natural por encontrar-nos e comemorar que a banda voltara à ativa e finalmente com uma
situação muito diferente da anterior ali mesmo observada, que fora melancólica, ele também ficou pasmo
por termos acomodado a banda para uma apresentação elétrica, naquele espaço que
conhecia bem como o curador do projeto, mas também como artista, tamanha a
quantidade de vezes em que ali apresentara-se com o mini combo reduzido do
Língua de Trapo, chamado: "Os Três do Língua".
As
pessoas foram a se acomodar no espaço e eu fiquei contente em verificar que haviam muitas que ali
compareceram pelo Pedra em si, e não por serem habitues da casa ou do projeto do Laert, tão
somente.
Mais do que isso, a apresentação foi ótima, a manter um padrão de
dinâmica muito disciplinado, por conta do PA muito incipiente ali disponível e a motivar a nossa economia sonora. Portanto, quem ganhou foi o público, que recebeu uma
apresentação fina, de extrema qualidade sonora e mesmo que nós fôssemos uma banda
aberta para transitar entre a MPB, Black Music e Folk, a nossa amálgama
primordial sempre foi o Rock, portanto, essa era a nossa predisposição habitual.
Ao final do
show, os componentes do Pedra a posarem com o meu velho amigo e companheiro de duas
jornadas (Boca do Céu e Língua de Trapo): Laert Sarrumor. Click: Grace Lagôa
Ficamos
muito contentes sobre a sonoridade e o resultado, com o público a apreciar
muito a noitada.
Uma presença ali deixou-me muito feliz, pois fez com que
naquela noite eu estivesse reunido com companheiros de muitas jornadas da minha
carreira. Fora o fato natural de estar com Rodrigo Hid na formação do Pedra e este
a se revelar como um companheiro de outras jornadas (Sidharta e Patrulha do Espaço), e do baterista Carlinhos
Machado estar na plateia (tocávamos juntos desde 2011, n'Os Kurandeiros), foi um
prazer ver a presença do guitarrista, Aru Junior a adentrar o ambiente para prestigiar o
show, acompanhado de sua esposa, a produtora musical, Rosane e o grande Gerson Conrad, este, um eterno "Secos
& Molhados".
Aru já era guitarrista da "Trupi", banda de apoio de Gerson
Conrad, cujo baterista fora também, Carlinhos Machado. Portanto, lá estava eu com
o Pedra, mas a conviver com Laert Sarrumor, com quem trabalhei no Boca do Céu e
Língua de Trapo, Serginho Gama & Paulo Elias Zaidan, do Língua de Trapo,
Aru Junior (Terra no Asfalto) e Carlinhos Machado (Kim Kehl & Os
Kurandeiros). Muitas histórias e jornadas diferentes e queridas para a minha carreira.
"Cuide-se Bem", ao vivo no
Bar Melograno, em 17 de dezembro de 2012. Eis o Link para assistir no Youube:
https://www.youtube.com/watch?v=zO6WdsJKhLs
Noite agradável, portanto, ocorreu no dia 17 de dezembro de 2012, com cerca de cem pessoas no local e absolutamente lotado pelo tamanho diminuto da casa.
Noite agradável, portanto, ocorreu no dia 17 de dezembro de 2012, com cerca de cem pessoas no local e absolutamente lotado pelo tamanho diminuto da casa.
Tal evento reforçou a ideia de que o final de 2012 sinalizara bons ventos. Tivemos um novo show em São Paulo
em quatro dias e para o Pedra, que continha uma dificuldade histórica para manter
uma agenda sustentável, foi mesmo um grande indício.
A próxima apresentação foi
um show compartilhado com outras duas bandas e se tratou de um convite vindo da parte
do baixista do Tomada, Marcelo "Pepe" Bueno.
Continua...
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