Foto
realizada no dia dessa reunião que ventilou a proposta de volta do Pedra, a visar
finalizar o álbum interrompido de 2011. Em pé, Ivan Scartezini e Xando
Zupo. Sentados: Eu (Luiz Domingues) e Rodrigo Hid. Foto: Grace Lagôa
Diante desse turbilhão, caberia de novo o haver Pedra
na minha vida? Por respeito à obra e aos companheiros, eu aceitei o convite em
fazer parte dessa volta, mas nitidamente não foi a mesma motivação de outrora em
minha vida, portanto, ao contrário da expectativa dos companheiros, não teve o
mesmo efeito de alegria que eles estavam a experimentar por tal volta das
atividades. Foi de certa forma, a repetição da situação às avessas quando da resolução de se encerrar a trajetória da banda com eles favoráveis e eu não, só que agora ao contrário, com a expectativa de volta das atividades da banda.
Quando a
foto tirada no dia da reunião, foi publicada na rede social Facebook, suscitou
muitas especulações. O Xando, que sempre adotou postura mercadológica de fazer promessas em público
em nome da banda, esboçou a intenção de usar a foto como motivo para tal, mas
desta vez eu pedi-lhe para não precipitar-se, ao não escrever nada. Daí, ele apenas
a postou, a insinuar de forma fortuita que encontráramo-nos naquele dia para tomar
um café, em meio a uma reunião de ex-colegas, meramente fraternal.
Menos mal dessa
forma, sem falar em "volta", "disco a ser retomado" ou
qualquer outra coisa. Todavia, como eu já disse, a especulação foi grande e muitos comentários postados
deram conta da criação de um boato.
Pelo inbox, muita gente procurou-me
a perguntar, inclusive jornalistas, mas eu não confirmei nada, apenas disse que
talvez houvesse uma possibilidade, e que aquela reunião fora motivada para promover um
café e conversa entre colegas de uma banda extinta.
Eu (Luiz Domingues) no dia do último show do Pedra em 2011, no Melograno Bar, de São Paulo. Foto: Sandra Lozada
Outro aspecto, ainda
a falar sobre essa reunião, eu tive que deixar bem claro que aceitava fazer parte desse
projeto, mas que não sairia de forma alguma das demais bandas em que estava
a tocar.
Não haveria nenhum cabimento em que eu pensasse em deixar Os Kurandeiros, e o Nudes,
supostamente pelo fato do Pedra estar a voltar à cena e nessa altura dos fatos, com quase cinquenta e dois anos de idade e trinta e seis de
carreira, a minha concepção romântica acerca da fidelidade a uma só banda, fator que
carreguei a vida toda com rigidez ferrenha, já não existia mais.
Adaptado à
realidade moderna e graças aos próprios Kurandeiros que desdobravam-se no
Nudes, também, praticamente, eu já não raciocinava nesse parâmetro ético antigo,
nessa altura.
Feitas tais considerações, os primeiros passos dessa volta das
atividades do Pedra foram marcados pela análise do material que tínhamos a ser
resgatado para a possível finalização do disco interrompido.
E nesse caso, o
Xando sinalizou que poderia aproveitar algumas músicas que havia composto e gravado
durante o hiato pós-fim do Pedra em 2011. De fato, ele havia criado um combo
chamado: "Mulad Trem", com a presença do Ivan Scartezini, além de
Marcião Gonçalves no baixo, e o extraordinário, Diogo Oliveira na guitarra,
e além de dois músicos que eu também conhecia e havia interagido nos tempos
iniciais de minha entrada n'Os Kurandeiros: a cantora Renata "Tata"
Martinelli e o saxofonista, André Knobl.
Ambos músicos super talentosos, interagi
muito com os dois em vários shows d'Os Kurandeiros entre 2011 e o início de
2012.
"I Was a Telling Lie", de
James Taylor, na interpretação do Mulad Trem. Ensaio gravado no estúdio
Overdrive em 2012.
https://www.youtube.com/watch?v=aV6jeCO5flQ
Tal banda gravou algumas músicas e chegou a lançar um material bom para a internet, filmado ao vivo e com ótima qualidade de áudio e imagem, a mesclar com algumas releituras, inclusive de música internacional. Pelo que eu vi, pareceu que os seus componentes queriam buscar mercado para tocar na noite, a executarem um repertório inspirado no Soft-Rock setentista de qualidade, via James Taylor, Carly Simon e afins. Bem, desse trabalho, o Xando cogitou pensar em resgatar algum material que encaixasse-se para o novo trabalho do Pedra.
Tal banda gravou algumas músicas e chegou a lançar um material bom para a internet, filmado ao vivo e com ótima qualidade de áudio e imagem, a mesclar com algumas releituras, inclusive de música internacional. Pelo que eu vi, pareceu que os seus componentes queriam buscar mercado para tocar na noite, a executarem um repertório inspirado no Soft-Rock setentista de qualidade, via James Taylor, Carly Simon e afins. Bem, desse trabalho, o Xando cogitou pensar em resgatar algum material que encaixasse-se para o novo trabalho do Pedra.
O Rodrigo também detinha algumas canções novas compostas e
dessa leva haveria de sair uma nova safra para dar início aos novos esforços. Assim,
entre junho e outubro, passamos a resgatar a rotina de anos anteriores, com o
ensaio semanal as segundas, um dia estratégico para uma banda cujos membros tocavam
em outras bandas, e geralmente mantinham as quintas, sextas e sábados
comprometidas com apresentações pela noite paulistana e a novidade foi que nessa nova realidade, eu
também estava nesse rol de músico comprometido com outros trabalhos.
Eu (Luiz Domingues) em ação com Os Kurandeiros de Kim Kehl. Foto: Natália Eidt, em 2011Continua...
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