Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
sábado, 30 de janeiro de 2016
Autobiografia na Música - Pedra - Capítulo 181 - Por Luiz Domingues
Como eu já disse
anteriormente, eu sou péssimo no campo das relações públicas. Não é por preguiça ou por
maldade, mas não esperem de minha parte ações de empreendedorismo nesse campo
das relações sociais e negócios.
Dessa forma, fora da contribuição musical/artística e no extra arte, a minha contribuição para o Pedra poderia ter efetuado-se
na parte de redação, setor em que eu tenho uma certa facilidade para colaborar e no esforço de divulgação, apesar
de não enxergarem isso devidamente, desde que eu comecei a lidar com a internet,
eu houvera feito muitas ações para ajudar a popularizar a banda.
Mesmo sendo eu um inapto para tal vocação em termos empreendedorismo para fecharmos shows, eu
agendei um show para a banda, mas dentro daquelas condições simples, portanto
fora dos padrões que a banda preconizava ser a sua logística operacional para poder cumprir uma
apresentação.
A relutarem para aceitar, finalmente os meus companheiros fecharam com
a ideia de tocar por uma expectativa de bilheteria em um pequenino, mas bastante ajeitado espaço em
Santo André-SP, no ABC paulista, chamado: "Gambalaia".
Eu o conhecera através de um show que ali fizera com Os Kurandeiros e imaginei que haveria de ser um dos
poucos lugares onde Os Kurandeiros tocavam regularmente, que o Pedra poderia
tocar também, exatamente pelo velho paradigma auto-gerado na psiquê dessa banda,
sobre inadequações x modus operandi de banda grande, mas sem dinheiro para
bancar a sua equipe & equipamento exagerado a ser usado.
Mesmo assim, como eu já disse, os
colegas relutaram e até sinalizarem-me com o seu sinal verde para eu fechar a
data com o responsável pelo espaço, o simpático Alex Humberto, houve um trâmite cansativo
de convencimento dos colegas. Avisei-os bem sobre a simplicidade do local,
seu pequeno PA a carecer de reforços, a necessidade de se tocar sob um volume baixo
e a completa impossibilidade de levar-se um backline gigantesco, pois além de
tudo, a escada que dava acesso ao auditório era íngreme e para se carregar equipamentos pesados
ali, seria um martírio, além de perigoso.
Empreendemos a melhor divulgação possível e
no dia do show fomos em comboio ainda no período da tarde, para fugir do
trânsito entre São Paulo e as cidades do ABC. Ao chegarmos ao local, a casa já
estava aberta e o solícito Alex recebeu-nos bem. Para o meu contentamento, o
pessoal do Pedra gostou muito do espaço e de fato, ele era é muito aconchegante
e todas as vezes em que eu ali toquei com Os Kurandeiros, apreciei muito.
Com boa
vontade, arrumamos o palco e o Rodrigo trouxe um reforço de PA e o Xando levou
microfones do seu estúdio para garantir pelo menos as vozes dos quatro membros da banda e quiçá dois microfones
para a bateria. Passamos o som em regime de auto soundcheck, pois a casa não mantinha
um técnico à disposição e o Alex não soube atender-nos nesse aspecto.
A iluminação era bem
simples e usada de modo contínuo, tornava qualquer show ali, intimista. Com
tempo hábil, deu para relaxar por ali mesmo e quando o público começou a
chegar, estávamos com tudo pronto.
Pedra em ação no Espaço Cultural Gambalaia em Santo André-SP, no dia 29 de agosto de 2014. Fotos de Grace Lagôa
Foi um show muito bom e acredito que melhor
ainda que o do Centro Cultural São Paulo que fizéramos dias antes. O público
reagiu de forma extraordinária, a demonstrar ter gostado muito da nossa performance e até com direito a uma
manifestação da parte de um rapaz que até então eu só conhecia virtualmente,
proveniente de da amizade virtual construída via Rede Social, que em meio a uma pausa entre as músicas,
fez um inflamado discurso espontâneo e emocionante para nós, até.
"Meu
Mundo é Seu" no Gambalaia em 29 de agosto de 2014, em filmagem da minha
amiga, Jani Santana Morales.
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=iYvdFzX-2VQ
Lembro-me que tal manifestação mexeu com o Xando, que estava taciturno há meses
por conta de insatisfações pessoais em relação aos fatos que envolviam a banda,
mas nesse dia ele amoleceu o coração que estava endurecido e emocionou-se.
Bem,
o que o rapaz falou foi uma grande verdade, pois o nosso trabalho era muito bom
(perdão pela falta de modéstia, por favor) e na sua opinião, nós merecíamos obter muito mais
reconhecimento.
Apesar de um público bem pequeno, abaixo até da minúscula
capacidade daquele simpático espaço cultural, creio que esse show foi ótimo,
artisticamente a falar, mas sob o ponto de vista monetário, foi um desastre, pois a
féria da noite mal cobriu as despesas operacionais, apenas.
Mais fotos do Pedra no Gambalaia de Santo André-SP. Agosto de 2014. Clicks de Grace Lagôa Dia 29 de agosto de
2014, no Gambalaia de Santo André-SP, com vinte e cinco pessoas entusiasmadas pela
arte do Pedra. O que não imaginávamos ali, mas a se mostrar de uma certa forma presumível, este foi o último show do Pedra.
É bem verdade que haveria uma
apresentação ao vivo em novembro no estúdio da emissora Brasil 2000 FM, em São
Paulo, com um contingente de público a assistir-nos e poderia até ser considerado
um "show"oficial, mas no palco do Gambalaia, foi de fato, o nosso derradeiro.
Sinto muito, eu nunca fui nada hábil na área das negociações, péssimo em relações públicas e
esse show foi o melhor que eu pude prover como "agente" da banda. E na
medida em que o Pedra detinha dificuldade para livrar-se de sua mentalidade de não
se abrir mais para a simplicidade, no início de 2015, eu ofereci aos companheiros
uma nova data a ser cumprida no Gambalaia de Santo André-SP.
Após falar com o Alex, o seu proprietário, eu reservei
uma data para a nossa banda, mas a relutância dos companheiros foi tamanha que eu tive de cobrar
uma definição em cima da hora limite para confirmar ou não e todos vetaram uma
volta àquele espaço.
Sempre três a um para os demais e eu a cansar-me de
sofrer derrotas...
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