quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 76 - Por Luiz Domingues


Com a demora da saída dos atores do palco e as suas vassouras, tudo atrasou, é lógico. E o reforço de P.A. providenciado pelo Golpe de Estado, idem. Dessa forma, a passagem de som foi um exercício de paciência e tanto. E nesse ínterim, conhecemos o técnico de som do Teatro, um sujeito simpático e atencioso, chamado, Yves. Ele sabia que aquele equipamento era insuficiente para um show de Rock, e que servia apenas para sonorizar peças teatrais. Ele foi solícito com o técnico que o Golpe de Estado trouxe, e que operou os shows das duas bandas, naturalmente. Pouco tempo depois, ele mesmo operaria outro show que a  Patrulha do Espaço faria ali mesmo, nesse teatro, fato que contarei posteriormente. 

Na hora do nosso soundcheck, e com o Wagner Molina a estabelecer os seus testes de luz.

Passado o som e afinados os spots de luz, restara pouco tempo para o primeiro show ocorrer e o pessoal do Golpe de Estado insistiu muito para tocar primeiro. Sob uma circunstância dessas, com duas bandas de porte para dividir a noite, realmente não importava quem tocaria primeiro, pela questão de status de ambas, em absoluta equivalência. Ambas poderiam ocupar qualquer ordem, em igualdade de condições. Mesmo com pouco tempo hábil, aproveitamos para tirarmos algumas fotos promocionais nos camarins do teatro. Uma delas, ficou bem famosa e foi publicada inúmeras vezes em jornais e revistas, por bastante tempo. 
No camarim do Teatro Dias Gomes, minutos antes de entrar em cena. Foto de Ana Fuccia.

Estamos sentados e a rir, com um bom semblante, com a parede do camarim decorada com discos de vinil, ao parecer uma loja de discos de antigamente. A autoria da foto foi da Ana Fuccia, uma fotógrafa que tornara-se nossa amiga, e que dali em diante faria muitas fotos promocionais e ao vivo da nossa banda. Inclusive, a foto da contracapa do CD ".ComPacto", de 2003, foi de sua autoria. O teatro liberou a entrada do público e tivemos a grata surpresa de  termos um show com casa lotada. Foi cerca de trezentas e cinquenta pessoas para lotar o auditório, e estávamos contentes pelo esforço da divulgação ter dado certo. O show do Golpe de Estado iniciou-se, e em diversos pontos das coxias, pudemos ver a banda em ação, a reação da plateia e a rebarba do som nos monitores. 

A banda e o público estavam ótimos, mas o som no palco estava embolado, extremamente. Uma frequência grave muito forte, tornava o som muito difícil para quem fosse tocar, e claro, preocupamo-nos. O rapaz que o Golpe de Estado levou para operar, demonstrou boa vontade, mas não teve grande destreza técnica na pilotagem, e o show deles transcorreu praticamente inteiro com esse problema. Então, terminou a performance deles, e chegara a nossa vez...

Continua... 

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