Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 182 - Por Luiz Domingues
O fato, é que já sabíamos por intermédio do guitarrista e amigo, Hélcio Aguirra, que um empresário estava interessado em trabalhar com bandas da cena pesada de São Paulo. Segundo o Hélcio, o senhor em questão, tinha experiência no ramo desde os anos setenta, por ter trabalhado com bandas de bailes, principalmente, mas em algumas ocasiões, também com artistas focados na divulgação de seu trabalho autoral. Ora, não custava absolutamente nada, conhecê-lo, e ouvir as suas propostas, evidentemente.
Portanto, na primeira vez que o vimos, na reunião de organização da segunda edição da Praça do Rock, da qual participamos, não foi possível conversar detalhadamente sobre o seu interesse pelas bandas, pois ele estava ali como um ouvinte, ao colocar-se como voluntário do evento : "Praça do Rock", tão somente. Contudo, uma reunião foi marcada para alguns dias depois, no seu escritório, e com a participação de diversas bandas da cena pesada de São Paulo, onde a ideia principal seria criar uma espécie de cooperativa formada por bandas, com esse senhor a estabelecer diretrizes, segundo a sua suposta experiência. O nome dele era : Mário Ronco, e tal reunião ocorreu ainda ao final de fevereiro de 1985, quando ele expôs as suas ideias para os representantes de cada banda que ali foi convidada. Nessa reunião, lembro-me de estar presentes componentes de bandas como : "Centúrias"; "Salário Mínimo"; "Eclipse"; "Harppia"; "Gozo Metal"; "Abutre"; e "Antro", além d'A Chave do Sol, naturalmente.
A ideia pareceu nobre, e simples para colocar-se em prática : todos cooperariam mutuamente, ao fornecer os contatos; ideias, apoio logístico etc. E para alinhavar a parte gerencial, entraria enfim, o trabalho de Mário Ronco e o seu assistente, cujo nome não recordo-me mais. De fato, a parte a envolver a ajuda mútua foi válida e fácil em ser executada, pois todo mundo imbuiu-se de muita boa vontade, e não haveria nenhuma restrição nesse sentido. E o projeto começou alvissareiro, pois o Mário Ronco apresentara iniciativas imediatas para impressionar os representantes das bandas, inclusive logo na primeira reunião.
Rubens Gióia em meio a uma performance efusiva, ocorrida no show d'A Chave do Sol em agosto de 1984. Click; acervo e cortesia : Carlos Muniz Ventura
A primeira proposta foi ótima : ele tinha disponível, em mãos, algumas datas para organizar um micro-festival, no Teatro Arthur Azevedo, que era / é um ótimo e tradicional teatro localizado em um ponto nobre do bairro da Mooca, zona leste de São Paulo. Pertencente à Prefeitura de São Paulo, realizar show em tal ótimo teatro, foi uma boa a oportunidade para apresentarmo-nos com uma estrutura de som e luz, mediante boa qualidade técnica. Particularmente, nunca canso-me em dizer, que se dependesse de minha vontade, eu só tocaria em teatros, ao evitar apresentações em casas noturnas, certamente.
Claro que tal perspectiva proporcionou uma sensação eufórica generalizada em torno da proposta do senhor, Mário Ronco, e dessa forma, tornou-se a primeira ação da nascente, "Cooperativa Paulista de Rock", esse micro-festival, e como ação direta de cooperação, o apoio de todos, no tocante ao equipamento dos shows, na base do compartilhamento total nesse sentido, e também no esforço para a sua divulgação. O lado mau disso, foi que o tempo urgiu, ao mostrar-se muito escasso para uma divulgação adequada. No entanto, mesmo assim, na base da correria, e do improviso, conseguimos atrair um ótimo público. Falo especificamente sobre os shows, a seguir...
Continua...
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