quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 69 - Por Luiz Domingues


E nada mais ocorreu como significativo em 2000, além de algum material publicado na imprensa, ainda a repercutir o lançamento do CD Chronophagia. Mas claro que tivemos que comemorar o fato de que o ano 2000, fora ótimo para a banda. Gravamos o álbum Chronophagia; tivemos muitas críticas positivas; fizemos programas de rádio e TV e muitos shows, inclusive a engatar uma boa série de shows fora de São Paulo.
O próximo passo em 2001, seria uma micro-temporada no Centro Cultural São Paulo, e assim que o ano virou, os nossos esforços focaram nesse sentido. A nossa esperança foi a de fazer uma boa divulgação, e dessa forma garantirmos um bom público. Foi realizado um esforço grande de divulgação para esse show. Lembro-me em ter comandado equipes de colocação de cartazes e filipetadores, por duas semanas ininterruptas, para cobrir os quatro cantos da cidade, e também em cidades vizinhas da Grande São Paulo, como Santo André; São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul (Diadema, Mauá e Ribeirão Pires, também), todas da região do ABC, e Osasco, na outra extremidade, divisa com a zona oeste de São Paulo. Foram mais de seiscentos cartazes, colados em lojas de discos; livrarias; sebos; escolas de música; lojas de instrumentos e equipamentos, etc.

E acredite, para quem não conhece São Paulo, isso é um pingo d'água no oceano... entretanto, foi a melhor forma para divulgarmos shows, com os parcos recursos que tivemos, tirante eventual apoio em publicações. Duas oportunidades de fazer TV aberta surgiram, contudo. Uma, foi forjada por nós mesmos, pois tratava-se de um programa ao vivo da TV Bandeirantes, onde uma apresentadora jovem (esqueci o seu nome), falava ao vivo, cada dia de um lugar público da cidade. O mote do seu programa era mostrar "talentos" desconhecidos dos bairros; reivindicação de melhorias dirigidas à prefeitura etc. Em suma, aquele misto de pseudo prestação de serviços com anarquia. Arriscamos forçar a aparição, e fomos sob improviso em um dia onde estavam a transmitir direto da Praça Dom Orione, no bairro da Bela Vista (o popular, "Bexiga"). Então, abordamos a apresentadora, falamos sobre a nossa banda e demos -lhe filipetas do show, mas ela esnobou-nos com desdém nos bastidores, e assim colocou-nos na fila, sem maior privilégio em relação à outras pessoas que só estavam ali para aparecer na TV, no entanto. sem nenhum recado relevante para transmitir. Entre adolescentes a reclamar sobre a falta de pista para skatistas no bairro; reclamações prosaicas sobre lâmpadas da iluminação pública queimadas e buracos no asfalto das ruas do bairro, eis que a produção deu-nos menos de dez segundos para falar sobre a nossa mini temporada no CCSP. Por uma infelicidade minha, eu havia esquecido de levar um cartaz, e assim, munido apenas de uma minúscula filipeta, e com parcos segundos, receio ter sido uma aparição que pouco, ou nada agregou. Tenho essa aparição registrada em vídeo, mas ainda não a postei no You Tube. Pretendo fazê-lo, como peça curiosa a ser colecionada pelos fãs do trabalho, certamente. E a outra aparição, cabe uma explicação ainda mais detalhada, tamanho o seu caráter inusitado...

Continua... 

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