Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Autobiografia na Música - Ciro Pessoa & Nu Descendo a Escada - Capítulo 4 - Por Luiz Domingues
Que fique bem claro, se bem que eu acho que já deixei bem esclarecido anteriormente : não é pela gênero em si, tampouco pelas pessoas que o professaram, e nem mesmo pelos seus seguidores. A indisposição que eu nutro é contra criou o "Hype" em torno da ideia errada em prol do falso niilismo. Em minha opinião, se qualquer músico quiser fundar uma banda versada pela péssima qualidade, onde nenhum membro saiba tocar, tudo bem, não incomoda-me em nada. Se conseguir seguir em frente e fazer carreira dessa forma, incomoda-me muito menos, e até parabenizo pela façanha.
Pelo contrário, nesse caso, até admiro a forte dose de cinismo e / ou desfaçatez da parte de tais pessoas em levar adiante tal empreitada. E se conseguir obter admiradores que comprem ingressos de shows; discos e material de merchandising, por quê não ?
O que verdadeiramente incomoda-me, são os inescrupulosos "formadores de opinião", que arquitetaram essa maldita mentalidade, e a perpetuaram ad infinitum, a prejudicar centenas de artistas talentosos que passaram a ser marginalizados, injustamente. Diante desse bloqueio, pessoas dotadas de muita capacidade artística, amargaram o limbo da história, para que o espaço artístico fosse monopolizado cruel e despoticamente pelos medíocres.
Isso tem nome e chama-se oportunismo, e daí, não tem cabimento ter durado trinta e seis longos anos (a contabilizar até a data de 2013, quando eu escrevi este trecho), e ainda hoje, não dar indícios de que será extirpado. Não tenho nada contra o Sex Pistols, pessoalmente. Em minha percepção, trata-se apenas de uma banda muito ruim, da qual eu jamais compraria um disco, ou gostaria de assistir ao vivo. Aliás, o argumento pífio de alguns, que dizem que o álbum é "bom", porque foi gravado por músicos de estúdio, e não por aquelas garotos desprovidos de qualquer noção musical, também não convence. Se é para ouvir um disco falso, gravado por outros músicos, prefiro mil vezes os Monkees, sem dúvida. Todavia, o que perturba-me mesmo é ver esse Hype indevido sobre eles, que nesta altura, já passou ao patamar de culto.
O desvio de conversa foi muito importante para que o leitor entenda esse posicionamento, e como fui surpreendido positivamente quando conheci o Ciro Pessoa. Sendo assim, explicada a razão de eu ter tais convicções estéticas dentro do movimento do Rock, vamos avançar.
Antes mesmo de conhecer o Ciro pessoalmente, eu já tinha tido um alentador aviso da parte do Kim. Em conversa via internet, ele dissera-me que o trabalho do Ciro era muito voltado para a psicodelia sessentista, e que continha muita influência do Pink Floyd, fase Syd Barrett. Cáspite... fiquei bastante surpreendido e de forma muito positiva, é evidente.
Outro passo nesse sentido, foi quando enviou-me links para que eu começasse a conhecer o seu trabalho. Confesso, não conhecia os seus discos solo, para limitar-me a possuir um parco conhecimento, advindo do fato público e notório de saber que ele fora membro dos Titãs, mas bem no início, e posteriormente, do Cabine C, banda tipicamente oitentista de estética pós-punk. Então, baseado nessas informações superficiais que eu tinha, foi surpreendente saber que seus discos solo apontavam para a psicodelia sessentista. Ou ele rompera com aquela turma do manifesto de 1977, ou simplesmente não enxergava esse antagonismo, e sem preconceitos, abraçara a psicodelia, com as bênçãos de Syd Barrett. Assisti alguns vídeos no You Tube, e gostei bastante das canções, e sobretudo da performance do Ciro.
Um deles, inclusive, gravado ao vivo no Auditório Ibirapuera, de São Paulo, eu achei incrível, com uma canção psicodélica interpretada em meio a um cenário esfuziante, através de uma ambientação incrível, e que lembrava uma pintura de Salvador Dali ou René Magritte. Ora, ao presenciar um trabalho desses, desarmei-me de meus mais enraizados preconceitos e já senti-me muito estimulado a estar com essa banda de apoio, e participar assim, dessa loucura psicodélica, com bastante identidade. E tudo intensificou-se, enfim, quando conheci o Ciro pessoalmente, e pelo diálogo que travamos, notei que apreciaria muito estar com ele nessa banda.
Continua...
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