Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
terça-feira, 28 de outubro de 2014
Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 180 - Por Luiz Domingues
Bem, no caso da letra de "Anjo Rebelde", a música houvera sido composta e fechada com essa letra em 1984, e já fazia parte do repertório da banda ao vivo, desde então, inclusive com direito à execução em programa de TV, conforme já relatei e publiquei o link dessa aparição, disponível no You Tube. Trata-se de uma letra escrita pelo Edgard Pucinelli Filho, que era um seguidor da banda, e que ao longo dos tempos, tornou-se roadie e membro da equipe de produção da nossa banda.
Havíamos em princípio, apreciado essa letra, pelo seu teor em forma de ode ao Rock, inclusive ao relevar o seu exagero nítido. Hoje em dia, acho-a piegas, e não a usaria para musicar uma canção, mas naquela época, considerei (com a aprovação de todos), que encaixava-se na música, ao dar-lhe um tom épico, e que certamente viria de encontro à necessidade de mudanças estéticas que precisávamos promover, em nossa luta em buscarmos um lugar ao sol, no mercado. O Edgard ficou encantado com o convite para ter o seu poema musicado, e não pensamos que isso acarretaria em um aborrecimento posterior...
Enfim, quando as negociações para a gravação do segundo disco avançaram com o Luiz Calanca, escolhemos "Anjo Rebelde" para constar no repertório do novo álbum. Mas foi nesse ponto em que fomos surpreendidos, quando abordamos o Edgard, ao visar buscar a sua assinatura, e fornecimento de seus dados pessoais para a papelada burocrática do disco, as famigeradas fichas do "GRA". Ele agora estava com o discurso de que o poema não era apenas seu, mas havia uma coautoria. Insistia que tínhamos em incluir o nome de uma garota chamada, Miriam, que supostamente o ajudara a compor o poema.
Essa argumentação dele configurou-se obviamente em uma forçação de barra de última hora. Nunca soubemos o real motivo, mas a desconfiança foi evidente por tratar-se de uma intenção dele para impressionar a tal garota em questão, ao caracterizar o seu desejo em namorá-la ou coisa que o valha. No entanto, irredutível, Edgard não abriu mão em incluir a citada garota na parceria, ao recusar-se em assinar a papelada, caso o seu desejo não fosse cumprido.
Sem saída, culminamos em ceder à pressão, e lá foi a documentação para o ECAD, com o nome da tal, Miriam, incluso, como "compositora" de Anjo Rebelde, em parceria com Rubens Gióia; eu, Luiz Domingues, e Edgard. Muito provavelmente, essa moça nunca interessou-se pela canção, e jamais deve ter recebido um centavo decorrente dos direitos autorais, porque nem devia saber como proceder para reivindicar o seu "direito". Nesse aspecto, o novo álbum já começara mal, com uma intromissão conceitual desse nível, sem nenhum propósito...
Continua...
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