Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 75 - Por Luiz Domingues
Passado esse esforço de divulgação, chegou enfim o dia do show. O nosso trabalho natural em chegar cedo para o soundcheck, era uma praxe, mas houve um problema estrutural no Teatro Dias Gomes. O fato é que por ser arrendado pela trupe de teatro, "Menestréis" do Oswaldo Montenegro, mesmo quando não o usavam para apresentações, havia ensaios regulares ali, todos os sábados.
E foi o que aconteceu no dia do nosso show, ao atrasar obviamente, toda a nossa produção. Enquanto descarregávamos o equipamento, os atores faziam exercícios de dança, a portar cabos de vassouras e daí a esvoaçar-se pelo palco, ao saltitar e rir, sem importar-se com a nossa presença e apreensão com os ponteiros do relógio a insistir em não parar de avançar, rapidamente.
E já havia um aviso prévio da parte da direção do teatro, a dar conta de que não poderíamos atrasar o show em hipótese alguma, pois o teatro ficava (fica) no piso térreo de uma galeria comercial acoplada a uma torre a conter apartamentos residenciais. Para a sonorização de peças de teatro, havia uma tolerância dos moradores, mas o dono do teatro temia por problemas com a realização de um show de Rock, com duas bandas. Houve uma demorada debandada dos atores, que realmente não colaboraram em esvaziar o palco, e deixar que montássemos o equipamento.
O teatro tinha (tem) um palco grande; com coxias e cenotécnica bem amplas; boa iluminação, e camarins muito confortáveis. Muitos anos antes, ali fora o Cine Capri, um dos inúmeros cinemas de bairro de São Paulo, e só ali na Vila Mariana, na extensão da Rua Domingos de Moraes, havia quatro ou cinco, além do Capri. O próprio Rolando Castello Junior contou-me em um momento nostálgico de sua parte, enquanto esperávamos os atores desocuparem o palco, que costumava frequentar aquele cinema ainda quando criança, acompanhado de seu avô, e que assistira ali "Taras Bulba", um filme épico do grande ator, Yul Brynner, em 1962...
Contaríamos com o P.A. do teatro, mas como mostrava-se insuficiente para um show de Rock, o pessoal do Golpe de Estado providenciou um reforço, com amigos seus. A luz, contudo, estava de acordo e nós levamos um técnico de gabarito, Wagner Molina, que anos mais tarde, tornar-se-ia o técnico de luz do Pedra. Nesse dia, ele, Molina, surpreendeu-nos, pois levou o seu filho Nicolas, à época com cinco anos de idade e para a nossa estupefação, o menino era o seu assistente ! Enquanto ele afinava os spots no palco, o seu filho foi que ligou e desligou, na mesa de iluminação, a pedido do pai. O garoto sabia operar uma mesa de luz com desenvoltura, com cinco anos de idade e claro, hoje em dia, adulto, tornou-se um técnico profissional e muito requisitado por aí.
Continua...
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