Eu projetava a banda a atuar ao vivo, e a reação que produziria. Em minha concepção, o impacto seria tremendo. O Marcello, por exemplo, começaria o show a destruir na
guitarra. Algum tempo depois dirigiria-se aos teclados e os pilotaria como
tecladista de típico dos anos setenta, rodeado por instrumentos, e a brilhar muito na execução das bases harmônicas e
solos. Subitamente, faria um solo de flauta, sem contar que era vocalista principal em várias músicas...
Como se não bastasse tudo isso, o Rodrigo revelar-se-ia igualmente habilitado para fazer esses mesmos voos brilhantes, o que deixaria o público boquiaberto. Zé Luiz estava ainda mais técnico, ao comparar-se ao tempo em que nós trabalhávamos juntos nos anos oitenta, com A Chave do Sol, portanto, haveria por arrancar suspiros com a sua técnica refinada.
Em suma, que banda forjávamos ali ! E quando tudo precipitou-se em Patrulha do Espaço, de fato, testemunhei diversas reações de euforia do
público por verificar essa versatilidade toda da parte do Marcello e do Rodrigo. Mas aqui o assunto é
Sidharta, logicamente...
Se o Sidharta estaria na ativa hoje ? Bem, não tenho esse pensamento, pois o Sidharta não acabou, propriamente dito, no entanto prosseguiu, ao tornar-se uma simbiose da Patrulha do Espaço. Nesse caso, não dá
para desassociar o Sidharta da Patrulha do Espaço, como se fossem bandas
diferentes, pois houve uma fusão de bandas, na verdade.
O Sidharta não morreu, portanto, porém simplesmente fundiu-se com outra banda que já mantinha uma história longa na música. Nessa mescla entre passado e tradição, com juventude e
sangue novo, ambas lucraram com a fusão, portanto, não tenho como arrepender-me de nada. E por raciocinar dessa forma, rejeito a ideia de que se o Sidharta não tivesse unido-se à Patrulha do Espaço, poderia ter tido outro destino, pois isso seria uma mera
especulação. Vamos supor que sim, se tivéssemos seguido com as nossas
próprias forças, o que teria acontecido ? Muito provavelmente, teríamos
demorado uma eternidade para produzir shows; aparecer na mídia; gravar um
CD; mas chegaríamos nesse ponto de alguma forma, ainda que a percorrer um caminho mais espinhoso. Portanto, é melhor nem perder tempo com especulações vazias.
Continua...
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário