A
movimentação foi essa em torno desse show que fizemos no Teatro Mars. Sobre mais
shows dentro dessas características, com o caráter de festa organizada pela
gravadora, isso não foi nenhuma praxe da parte da instituição, no entanto. Nos Estados Unidos havia uma
tradição desse porte em até haver turnês organizadas pelas gravadoras e com o apoio dos empresários de
seus contratados, conjuntamente, para promover os seus artistas, mas isso
nunca aconteceu aqui no Brasil, a não ser sazonalmente, como no tempo em que as
gravadoras apoiavam os festivais de MPB na TV (décadas de sessenta e setenta), e o
caso do programa : "Som Livre Exportação" (no início dos anos setenta), tendo sido esta, uma atração criada pela gravadora Som Livre e com tal intuito, fato raro no
Brasil.
Fora dessas exceções,
gravadora nenhuma tomaria tal atitude nesse sentido, pois
não é (era) atribuição delas. Explico : gravadora estabelece
contrato para cuidar do produto fonográfico e divulgá-lo na mídia, além
de, claro, distribuir em lojas. Claro, estou a falar sobre um esquema que
durou décadas, mas hoje em dia na Era pós-Internet, diluiu-se, completamente.
A questão do marketing e vendas de shows, era de atribuição do artista e de seu empresário. Na
maioria dos casos, um dos pontos que costumavam ser levados em consideração para contratar-se um artista novo, fora justamente a questão da estrutura do empresário que o artista possuía.
Gravadoras queriam artistas com agenda ativa e um empresário dinâmico
por trás. Muito artista novo, achava ingenuamente que entrar para o elenco de uma gravadora
seria a resolução de todos os seus problemas, mas na realidade, dificilmente a gravadora interessar-se-ia por ele, se este não estivesse com
a sua agenda lotada com shows; portfólio volumoso graças a muitas matérias de jornais e
revistas importantes; apresentações em programas de TV, e sobretudo, um
empresário com estrutura profissional, dinheiro e contatos. Nesse
esquema, a Eldorado até que fez muito, pois alavancou uma entrevista de
meia página no Jornal da Tarde; apoiou esse show em coprodução com a
Rádio 89 FM, e usou espaços publicitários nos jornais mainstream, "Estadão" (O Estado de São Paulo), e Jornal da Tarde,
para anunciar o disco.
Mas como
tratara-se de uma coletânea, tudo ficou
diluído. Um exemplo foi a entrevista agendada para o Jornal da Tarde. Ali, foi um
repórter do Jornal, e o fotógrafo para ouvir doze pessoas
presentes, a representar as cinco bandas. Ficou disperso. E a
sessão de fotos foi hilária. Resolveu-se clicar a inevitável foto coletiva
na rua, onde ficava a sede da gravadora e da Rádio Eldorado. Foi coincidentemente, muito perto da minha residência, no tempo em que morei no
bairro da Aclimação, na zona sul de São Paulo. Dois anos depois, o Estadão
usou a minha foto dessa sessão, recortada, e sob um contexto ridículo, nada
a ver com o Pitbulls !
Infelizmente, joguei fora essa reportagem e arrependo-me, pois tratou-se de um documento bizarro e produzido à minha revelia...
Continua...
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
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