E assim, com esse esforço todo concretizado em meu telefone residencial, e no do
Jason, igualmente, passamos a figurar durante meses no "top 10" da emissora, todo dia. E
muitas vezes, vencemos como a mais pedida do dia, com direito a
reexecução ao final do programa, e mais execuções ao longo do dia. A seguir,
falarei sobre o patrocínio de merchandising que foi-nos oferecido, e
como só eu tive o propósito em colaborar com o patrocinador,
ao sacrificar-me em alguns shows para honrar o compromisso firmado...
A história
desse patrocínio foi mais um contato aberto pelo nosso baterista, Juan
Pastor. A verdade é que paralelo ao crescimento da banda, ele também
ascendia na sua carreira como radialista e isso auxiliou-nos em demasia pela enxurada de contatos que ele conseguia estabelecer. Quando o Pitbulls on Crack
começou, em janeiro de 1992, ele era estagiário na emissora, e ainda
concluía o seu curso na Faculdade. Mas nesta altura de 1994, havia
crescido na empresa, e já era figura-chave na engrenagem da rádio, com
colaboração nos textos; programação, e locução. Dessa forma, tornou-se
também muito assediado por artistas e aspirantes a; mais produtores;
jornalistas, divulgadores de gravadoras etc. Em um desses contatos,
ele conheceu um rapaz que possuía uma confecção especializada em moda ao estilo surf / streetwear, e que
ofereceu-lhe patrocínio para o Pitbulls on Crack. Foi acordada uma quantidade
razoável de camisetas por mês, em troca de ações de merchandising
simples de nossa parte, tais como : o nome da empresa exposto em cartazes e
filipetas, e que usássemos nos shows, as suas camisetas e / ou bonés,
a exibir a logomarca deles. Um acordo simples, portanto, sem sacrifícios maiores.
Evidentemente que aceitamos. Não houve contrato assinado, apenas um acordo
verbal. Então recebemos o primeiro lote de camisetas. Uma peça dessas era simples, a conter o logotipo do Pitbulls on Crack, mais a figura do cão pitbull que usávamos no
cenário, e na parte de trás, a logomarca da empresa. O grande problema,
foi que no momento em usarmos as camisetas com a marca deles, que eram as
mais gritantes em termos de propaganda, nos shows, ninguém quis usar, pois eram espalhafatosas
demais ! Como resultado, apenas eu, Luiz Domingues, passei a usá-la regularmente para honrar
o compromisso. Era uma camiseta preta, com letras garrafais em
laranja.
Nessas
fotos informais, clicadas pelo presidente do fã-clube, Jason Machado,
por ocasião de um ensaio da banda no estúdio Spectrum, em 1994, dá para
ver o Chris Skepis a usar uma camiseta que o patrocinador fez para nós, e
eu, Luiz Domingues, a usar a outra, de cor preta, com a sua espalhafatosa
logomarca...
Quem
conhece-me bem, sabe que raramente, para não dizer nunca, uso camisetas. E
se tiver que usar, jamais seria preta, e ainda mais com aquela logomarca
a "gritar" e evocar a subcultura "Streetwear", algo que eu abomino. O meu sacrifício ocorreu em poucos shows,
por que a confecção entrou em crise interna e ficou impossibilitada em
fornecer-nos mais camisetas... e nesse caso, não eu não soube avaliar se alegrava-me ou
chorava...
Ainda
em abril de 1994, tocamos em uma casa noturna com excelente
infraestrutura, chamada : "Columbia", localizada na Rua Estados Unidos nos
Jardins, bairro elegante da zona sul de São Paulo, e que ficava ao lado da
delegacia de polícia do bairro, a famosa 78ª DP, notória por
invariavelmente deter playboys milionários que aprontam pelas ruas do
bairro, e pelo vai-e-vem de carros importados com os respectivos papais
ricos, e os seus advogados caros a visitar a delegacia para relaxar a prisão de seus pimpolhos mal educados.
Na
mesma edição do "Jornal da Tarde", um tijolo pago pela gravadora para anunciar o
show na casa "Columbia", e nota a mencionar sobre o evento do Ginásio do Ibirapuera,
onde participaríamos, no dia seguinte.
Esse show foi bem energético, com
um público em torno de quatrocentas pessoas, e a participação também das bandas : "Anjos dos
Becos" e "Não Religião".
Isso ocorreu em uma sexta-feira (23), mas no
sábado, nós iríamos participar de um Festival mediante grande porte, patrocinado
pelo Fundo de Solidariedade do Governo do Estado de São Paulo, que foi
realizado no Ginásio do Ibirapuera.
Foi uma grande oportunidade
para aparecer perante um grande público, e para tocar ao lado de diversas bandas
consagradas. Isso além de aproveitar a exposição em uma mídia de grande porte, pois o governo
investiu pesado em divulgação e dessa forma, o nosso nome esteve
estampado em milhares de cartazes e filipetas espalhadas pela cidade de São Paulo,
além de maciça propaganda em várias emissoras de rádio; TV e com matérias publicadas nos principais
jornais.
O objetivo
fora angariar agasalhos e cobertores para
ajudar pessoas carentes e dessa forma, essa foi a forma pela qual as
pessoas obtiveram ingressos, ao doar agasalhos. Animados pelo
momento bom que estávamos por atravessar com a nossa música de trabalho a estourar na 89 FM,
além de um clip a ser exibido com constãncia na MTV, o fato foi que participarmos de um show desse porte com grande
exposição midiática, fez com que eu, particularmente, estivesse a projetar que o Pitbulls on Crack,
estivesse quase a chegar em um momento propício para que uma porta grande, enfim abrisse-se para a banda. Pois assim quando chegou o sábado e ainda por cima animados pelo bom show que concluíramos durante a noite anterior no
"Columbia", fomos confiantes ao Ginásio do Ibirapuera.
Continua...
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
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Esse foi o segundo show que vi de voces, antes de "entrar" para trupe.
ResponderExcluirE detalhe, nessa ocasião fui para ver exclusivamente VCS.
Mas que sorte a nossa em termos tido um chefe de fã clube tão entusiasmado, que muito lutou para que a banda alcançasse o êxito !
ExcluirGrato por tudo, amigo Jason !!