quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 74 - Por Luiz Domingues

                                   Pelas Ruas da Cidade...

O esforço da nossa divulgação foi ainda maior para esse show do Teatro Dias Gomes. A ideia foi lotar a casa, para o seu dono animar-se, e daí o Teatro ser doravante, um novo ponto na cidade para artistas autorais, fato rara no início dos anos 2000, e que ansiávamos resgatar. Portanto, o sucesso dessa empreitada, seria fundamental para servir como argumento nessa pretensão que tínhamos. Fizemos um cartaz extremamente criativo. Na verdade, foi um cartaz adaptado de um que já existia há décadas, mas que estilizamos para promover o show das duas bandas. 

Tratou-se do cartaz clássico da Revolução Constitucionalista de 1932, com a figura de um soldado a convidar os homens paulistas a engajar-se na força armada revolucionária. Com o slogan clássico, "Paulistas, às armas", usado como palavra de ordem etc. Logicamente o adaptamos e a convocação foi para o publico Rocker cumprir o seu dever para com o Rock etc. 

O nosso esforço foi enorme para os espalharmos nos quatro cantos da cidade, todas as cidades da região do ABC e Osasco. Só não fui à Guarulhos e demais outras cidades da grande São Paulo, por falta de tempo, mas lembro-me eme ter rodado mais de quinhentos km, sem duvida. Outro fator que apareceu nesse processo de divulgação e preocupou-nos, foi quando descobrimos que vários cartazes nossos estavam a ser vandalizados, e muitos deles, continham inscrições com suásticas desenhadas por cima. O que significaria ?
Alguém estaria ofendido com o uso do cartaz inspirado na Revolução de 1932 ? Seriam pessoas com tendências pró-nazistas ou pelo contrário, anti-nazistas ao interpretar-nos mal ? Nunca descobrimos a real motivação (talvez tenha sido uma mera brincadeira de um incauto de ocasião), pois nada de anormal ocorreu durante o show, ou mesmo depois do público deixar as dependências do Teatro. Mas tal manifestação, ocorrida às vésperas, chamou-nos a atenção e ficamos preocupados, logicamente. 
Estávamos focados em shows, mas resenhas do álbum Chronophagia ainda repercutiam. Como foi o caso da Revista "Batera e Percussão", e logicamente que enalteceu-se a performance do Rolando Castello Junior no disco, e modéstia à parte, tinha mesmo que enaltecer o seu trabalho...



Continua... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário