sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 296 - Por Luiz Domingues

Recebemos os amigos de São José do Rio Preto-SP com muita alegria. Fora a amizade que já tínhamos de longa data com Junior Muelas e Alberto Sabella, também nos tornáramos amigos de Gustavo Vasquez e Fabio Poles. 

Devidamente hospedados em um apartamento vago dos irmãos Schevano, no bairro do Paraíso, zona sul de São Paulo e estrategicamente bem perto do Centro Cultural São Paulo, da parte deles estava tudo certo para no primeiro dia fazerem o trabalho mais árduo, que seria de montar o seu equipamento e acoplá-lo ao equipamento de PA do Centro Cultural São Paulo.

Estavam todos muito motivados e se o CD "Missão na Área 13" já despertava muitas resenhas positivas na mídia e elogios aos estúdio por nos proporcionar o melhor áudio de disco oficial em nossa formação, e quiçá da carreira toda da Patrulha do Espaço ao menos até aquele ponto, a perspectiva de gravar um disco ao vivo da nossa banda foi uma oportunidade de ouro para eles terem em mãos um segundo cartão de visitas de alto padrão para alavancar o nome de seu estúdio.

Então, no primeiro dia de show, que foi o da sexta-feira, 23 de julho de 2004, o trabalho preliminar de montagem do backline e soundcheck ficou ainda mais pesado, com toda a parafernália da unidade móvel de gravação a ser montada e acoplada ao comando geral da mixagem ao vivo, na mesa do P.A. do Centro Cultural São Paulo.
Mesmo ao chegarem bem cedo, dentro das possibilidades da logística interna do CCSP, faltou tempo e de antemão os amigos de São José do Rio Preto já nos avisaram que não tinham tudo pronto para gravar e que apenas fariam testes no primeiro dia. Houveram muitas incompatibilidades de mandadas entre os dois sistemas e que demandava-se tempo para serem achadas soluções técnicas para o equipamento deles se ajustar ao do CCSP.
E assim fizemos o primeiro show, um pouco chateados por sabermos que nenhuma gravação dessa noite poderia ser aproveitada posteriormente, e dessa forma, foi um cartucho a menos do qual disporíamos.

Mas claro, foi um show e o público teve que ter de nós o máximo no palco, e tal abatimento não poderia transparecer de forma alguma. E ao ver pelo lado positivo, claro que seria um fortalecimento a mais da performance e ao tocar ao vivo, diferentemente dos ensaios, teríamos um termômetro mais real de como as músicas sairiam.
Foi natural e esperado que os andamentos de todas as músicas estariam mais rápidos. A adrenalina do show ao vivo é sempre um fator natural a fazer acelerar tudo e 99% dos discos ao vivo na história do Rock, seja de bandas internacionais ou brasileiras, apresentam esse fenômeno, pois é fator natural de todo ser humano.

Foi uma boa estreia, apesar desse problema com a gravação do show e agradou o público que teve uma performance boa da banda. Aconteceu no dia 23 de junho de 2004, uma sexta-feira e com oitenta pessoas na plateia.
Continua... 

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