Esperança - Por Telma Jábali Barretto

Essa coisa de continuar acreditando a despeito de circunstâncias, situações nunca foi tão necessária...Fato ? Parece que sim!

Importante manter essa espécie de fé, crença de que algo melhor nos espera.

Cada um, à sua maneira, madura ou infantil mantém boas expectativas movidas por seus apoios culturais, filosóficos e até mesmo religiosos.

Esperamos o fim das dores, alívio da aflição, desconforto ou incômodos, a salvação (de quê ou de quem?), até a derradeira liberdade ainda que chegue com a morte, como se o fecho da vida física, pudesse interromper processos desencadeados.

Esperamos como que uma porta, abertura, luz no fim do túnel trazendo novo horizonte e que, sendo novo, trarão outros sonhos, possibilidades.

Às vezes acreditamos na volta do Messias, Mestres, Líder verdadeiro, Ele mesmo, ou outro personagem de igual quilate reaparecendo, como se sua presença, ao vivo e a cores, propiciasse por encanto a volta ou o idealizado paraíso, calmaria...

Outros, num insight, sacada original trazendo solução surreal para debilidades limitadoras, sem avaliar tempo/espaço entre a ideia e concretização.

Há ainda aqueles que esperam a extraterrestre, extraordinária aparição promotora da revelação ou calamidade fatal...

Será ? Sim !!!

Para o otimista, por definição, o insight, revelação ou a salvação nos elevará além problemas, assim como para o pessimista, mesmo e até desejando ir além, vê, aspira o ápice do caos capaz de trazer alívio, mas...algo "masoca", ao longo e durante a espera deste desfecho, curte, nutre-se do crescente terrorismo  real ou suposto, alimentador do medo oposto ao amor, a pré quebra do estabelecido, anterior à metamorfose almejada...

Para alguns de nós, até para ter esperança é preciso ser mais esperançoso !!!

A história de dias melhores, resultados ou respostas mais gratificantes para investimentos feitos (se é que aconteceram ?!...), deveria vir envolvida daquela satisfação gostosa, alimentada por uma forma de natural alegria de quem, comprometido com a aquisição, por si só, retroalimentasse alguma felicidade, bem maior daquela tensão cumulativa que a explosão liberaria, ‘a paz iguaria’...

Forma e etapas do esperançar...cada qual com sua trajetória, tamanho...

Mas...se a expectativa de solução estiver vazia do crer, do acreditar em si também como fundamento, tão importante percepção da revolução interna que em algum momento, descobre a fé no que exercemos a partir do patrimônio pessoal e essencial que carregamos em nós, que terá nos acrescido além de egoísta alivio?

Mais uma mágica solução alheia à nossa experiência de crescimento, mantenedora da inércia, mesmice e falta de comprometimento com as soluções como crianças cuidadas, mimadas, incapazes e seus muitos quereres ?

Será quando começaremos a olhar dentro, responsavelmente, também computando o apostar nas entrelinhas e subliminares respiros da Vida onde preciso se faz aquietar para perceber o exalar da intervenção mantendo e exercendo, ainda que faltando escuta para sua interferência que nunca cessa, não cala a despeito ainda do barulho, perene continua...

E, que seja mantida e permaneça acesa a esperança e seu encanto acalante, alimente e nos mantenha em marcha, acreditando! 

Avante !!!

Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga; consultora para harmonização de ambientes, e instrutora de Suddha Raja Yoga.

Nesta crônica, analisa a questão da "esperança", indo além daquele fator subjetivo que serve meramente como estímulo para seguirmos em frente, mas mostrando-nos outras nuances sobre o conceito.