Poucos homens são capazes de contar as patifarias que fazem quando estão sozinhos.
Eu, por exemplo, que nem sou um dos piores, gosto de ficar brincando com os bonequinhos
do Facebook.
Gosto dos bonecos grandes, o risonho de cara amarela, os gatinhos.
Se pudesse, falava só com as imagens dos bonequinhos.
Para que metáforas, se o povo dessa geração é incapaz de ler um épico?
Foi uma pena Pablo Neruda ter morrido antes de conhecer os avatares das modernas tecnologias.
Teríamos poemas de bonequinhos, penso eu.
Aliás, esse negócio de morrer ou ficar impotente são assuntos trágicos. Nunca paro para pensar nessas coisas.
Se uma pessoa pensar em coisas trágicas, nunca irá para a Disney, porque o número de psicopatas mirins americanos é assustador.
Deveriam ter uma nova pedagogia por lá, algo anda errado naquelas cabeças.
Será que os americanos andam lendo Walt Whitman?
Imagina que na minha juventude primeira, eu ouvia Barry Manilow.
O que me tornei?
Na verdade, um grande sonhador.
As pernas das apresentadoras de televisão são minha obsessão quase sem
igual. As pernas delas e cerveja preta. Um homem que nunca saiu com uma
gata televisiva não merece ser levado a sério.
Se elas soubessem de mim, esse mundo seria bem melhor. Isso é verdade.
Quem sabe eu não mando para elas, um dia, um bonequinho do Facebook?
Vai que cola.
O mundo seria bem melhor se as apresentadoras de televisão gostassem dos meus bonequinhos.
Marcelino Rodriguez é colunista sazonal do Blog Luiz Domingues 2. Escritor de vasta e consagrada obra, aqui nos traz uma crônica ácida contra a futilidade das relações efêmeras e incentivadas pelas redes sociais da internet.
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
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Muito bom, o problema é gostar mais dos bonequinhos do que das pessoas.
ResponderExcluirAcho que a intenção talvez não fosse essa, abertamente, mas de fato, a indução leva à essa reação robotizada da parte dos usuários dessas redes sociais...
ExcluirMarcelino sempre acertando a mão nas suas colocações !
Grato por ler e comentar !!
Hum...que abordagem...eu, pessoalmente, tento restringir ao máximo o uso massivo dessas "carinhas", procuro usar mais em situações em que as pessoas me conhecem, parece-me mais real...
ResponderExcluirVerdade, uma abordagem direta, bem na ferida...
ExcluirParticularmente, penso como você, Christine : entre amigos, não vejo constrangimento em usar tais recursos tecnológicos para expressar emoções, desde que apenas como reforço em meio à uma conversação formal, com linguagem tradicional linguística.
Agora, com estranho ou em demasia com qualquer pessoa, realmente acho desagradável ao extremo.
Grato por ler e comentar !
Acho que fui muito sucinta no comentário. As pessoas em redes sociais querem, em sua maioria, querem volume de "amigos", ou seguidores. Usam as carinhas para cativar e mostrar um sentimento que não existe na real.
ResponderExcluirSeu adendo foi oportuno.
ExcluirIsso mesmo, as pessoas buscam números nas redes sociais e talvez haja mesmo essa intenção que mencionou em usar os tais emoticons, para cativar outras pessoas, e diga-se de passagem, usando de um expediente para lá de duvidoso e certamente rasteiro como uma piscina rasa para formigas...