Envolvidos ainda com a produção do segundo álbum, mas sempre atentos às oportunidades para apresentações, mesmo que a vivermos em um mundo de chances cada vez mais escassas, conforme eu descrevi anteriormente, entramos de peito aberto no ano de 2008, sempre a acreditarmos que uma luz poderia surgir no final do túnel.
E nesses termos, o Rodrigo vinha a alertar-nos para uma possibilidade diferente e que deveríamos abraçar doravante, mesmo se não fizéssemos parte desse nosso universo artístico propriamente dito, pois não éramos uma banda de espectro "indie", como 99% das bandas que habitavam essa seara dos festivais independentes de música, pelo menos nessa época, com muita gente que passara a surfar nas ondas generosas formadas pelas associações que se organizaram em torno dessa confraria.
Entretanto, o Rodrigo teve razão em um aspecto: esse mundo dos
festivais independentes era estruturado, fomentava uma cena alternativa e
chamava a atenção da mídia, de certa forma.
Claro que tais argumentos foram plausíveis, mas houve uma controvérsia. Primeiro e óbvio ponto, de fato tais artistas desse mundo "indie" chamavam a atenção para uma mídia específica, mas todos, literalmente, compactuavam com uma estética própria, amarrada através de uma série de fatores estruturais muito particulares e uma banda como o Pedra, se mostrava certamente como um "outsider" nessa prerrogativa.
Nesse universo "indie" a estrutura de bastidores se mostrava uma verdadeira teia de aranha bem amarrada e fechada, portanto, dificilmente aceitavam-se outsiders e/ou incautos dentro do esquema, como se fosse um clube privê.
Não só pela questão da estética artística, mas
por uma questão de contatos, era quase impossível entrar como um incauto nessa
estrutura, sem estar 100 % antenado e de acordo com a ética interna que
norteavam tais manifestações, mas sobretudo, só era aceito no clube se os
"sócios veteranos" aprovavam a sua entrada como novo membro da
"instituição".
Contudo, por outro lado, a vivermos em um mundo com portas cada vez mais fechadas, o Pedra foi uma banda estrangulada pela dificuldade para colocar-se no mercado e diante de tal impasse, em que tal situação atormentara-nos constantemente, a sugestão do Rodrigo teve sua validade, embora fosse bastante inóspita para os nossos propósitos e ideais artísticos e logísticos.
Enfim, como diz a letra da canção "O Dito Popular": "quem não tem cão, caça com gato", ou rato, como é aventado no desenrolar da letra.
Sendo assim, com o Rodrigo a alertar-nos para essa possibilidade, nós concordamos que a banda buscasse tal alternativa, na base daquela máxima que determina: "não custa nada"...
Continua...
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