Em uma visita à emissora Brasil 2000 FM, o Pedra a confraternizar-se com os seus principais dirigentes. Osmar é o terceiro da esquerda para a direita, a usar camiseta dos Beatles e jaqueta vermelha e Rubinho, é o último, na extrema direita, ao lado do Ivan, a usar uma jaqueta verde. Foto: Grace Lagôa
Ele é compositor há muitos anos e tinha uma série de canções em parceria com o guitarrista, Tony Babalu, mas de uns tempos para cá, estava a desenvolver um trabalho também com um outro parceiro, o compositor e letrista, Tom Hardt.
O compositor/cantor e instrumentista, Tom Hardt
As canções do Osmar eram ecléticas.
Eu conhecia muitas delas, orientadas na linha do Rock'n' Roll clássico, outras
orientadas para o Blues e muita coisa influenciada pela Folk-Music e pela MPB
setentista. Com Tom Hardt, a veia MPB e Folk estava mais aflorada
e nessa específica canção que mostrou-nos, a pegada de "Soft-Rock"
remetia ao trabalho de artistas desse espectro setentista, como "James
Taylor", "Carly Simon", "Carole King", "Cat Stevens", Jim Croce, "Al Stewart" e congêneres,
mas houve um quê de "modernidade" também, via "Jack Johnson" e "Dave
Mathews", que foram artistas contemporâneos surgidos aos olhos do grande
público nos anos 2000, mas que obviamente bebiam das mesmas raízes dos
artistas sessenta-setentistas que eu citei.
Portanto, pareceu-nos uma
oportunidade boa para contarmos com um Soft-Rock que soasse moderno, mas ao mesmo
tempo, que ficasse evidente a raiz vintage e portanto que soasse confortável e
prazeroso para nós.
Outro aspecto interessante, foi o fato de que a ideia de se ter uma composição criada por um artista de fora dos quadros da banda, que soou-nos algo despojado, digamos.
Já tínhamos uma
releitura no disco, com "Filme de Terror", mas o Sérgio Sampaio foi um
artista consagrado, apesar de fazer parte do rol dos ditos artistas
malditos da MPB setentista e estar falecido há anos.
Em "Nossos Dias", foi uma abordagem diferente, com a possibilidade do Pedra gravar o trabalho de uma dupla de compositores não estabelecidos no mainstream, portanto, eram artistas como nós, a buscarem um lugar ao sol.
A música propriamente dita tem uma estrutura harmônica simples, mas bem composta e engendrada. Há um pequeno sabor R'n'B, principalmente na parte "A", onde uma cadência de terça maior busca tal referência.
De minha parte, eu criei uma linha de baixo simples, mas a procurar introduzir groove de Soul Music. O dilema foi: fazer o balanço, mas a conter, sem deixar exagerado e assim a garantir a simplicidade. Foi o que o Ivan fez também na sua criação à bateria.
O Rodrigo, que é um
grande violonista por toda a sua influência de MPB e música de Raiz
Folk que possui, ele percebeu que nessa canção o negócio foi ser simples e assim, a sua
condução base é feita com uma batida rítmica, a evitar arpejos.
A canção ficou bastante interessante com esse arranjo e com uma duração em termos de metragem, que foi o sonho de consumo para programadores de emissoras de rádio e divulgadores de gravadoras: com míseros dois minutos e uns poucos segundos de duração.
Ficou
leve, alegre e simples, mas ao mesmo tempo, a não destoar das composições próprias da banda e quem a ouve,
percebe ser uma gravação do Pedra, com as suas características estilísticas habituais.
A letra é poética e leve também, a falar sobre a tomada de posição na vida e tudo mais.
Portanto teria tudo para agradar o público feminino,
principalmente.
E o melhor de tudo, soava moderna e poderia
agradar eventualmente os fãs de Jack Johnson, mas certamente agradaria os apreciadores do
Soft-Rock setentista quiçá do Folk0Rock sessentista, também.
De fato, "Nossos Dias" agradava bastante o público nos shows e era uma canção recorrente no nosso set list.
https://www.youtube.com/watch?v=fFU6eCDhAVw
Continua...
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