Chegou o momento de subirmos ao palco e de fato, o auditório da casa não apresentava um público animador que sinalizasse que ali poderia voltar a manter uma tradição em shows de Rock, como houvera sido nos anos oitenta.
Naquela
década, proviam-se shows com a presença de mais de mil pessoas
costumeiramente nesse espaço, mas nessa noite, cerca de sessenta pessoas apenas, estavam em
suas dependências, a denotar que se desejavam voltar a trilhar tal
caminho, teriam que investir em propaganda e bastante paciência para que retomassem tal tradição perdida.
Com o acréscimo do Molina, mesmo ao não ter havido uma afinação de spots e planejamento de mapa de luz (e com direito à contra-luz, que é uma das suas especialidades), claro que só na pilotagem da mesa, ele já fez a diferença.
Dali em diante, Molina
afeiçoar-se-ia à banda, e acompanhar-nos-ia em diversas oportunidades e
muitas vezes a se constituir de um elemento fundamental para fazer de nossos shows
algo diferenciado, e assim valorizar a nossa música, certamente.
Foi um show animado, apesar do público pequeno e nós aproveitamos para tocarmos diversas músicas novas que seriam gravadas no segundo disco, Pedra II.
Gravações aliás, que já haviam iniciado-se e transcorriam sob um ritmo
compassado, devido à dificuldade do nosso técnico, Renato Carneiro,
apresentar brechas em sua agenda pessoal para nos atender.
Clima descontraído no camarim do Avenida Bar
Para quebrar a escrita de uma banda que sempre teve dificuldades de agendar shows sob uma sequência regular, eis que tivemos uma nova perspectiva para breve, quando o Marco Carvalhanas agendou uma apresentação para uma casa noturna que fora bastante ativa nos anos oitenta e noventa, mas que pareceu fora do prumo nos anos 2000.
Seria, curiosamente, uma investida parecida com a qual realizamos no próprio Avenida Bar, ou seja, um show realizado em uma casa que outrora ostentara uma tradição na noite musical paulistana, mas que agora vivia um momento de baixa e talvez quisesse, tal como o Avenida Bar, reerguer-se. E por que não, tentar?
Para nós, foi mais uma
oportunidade para apresentarmo-nos ao vivo e convenhamos, nesse fim de
década inicial de novo século e milênio, o panorama para bandas autorais
parecia estar a ficar cada vez mais escasso em termos de locais para
apresentações.
O show do Avenida Bar ocorreu na noite de 1º de agosto de 2007, uma noite gelada de inverno, perante um contingente de sessenta pessoas, aproximadamente. Foram poucos, mas bons e demonstraram que gostaram, pois recordo-me que foi uma apresentação agradável. Continua...
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