terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 275 - Por Luiz Domingues

A bateria do Junior montada, e em destaque na sala de gravação do estúdio "Área 13"

A partir da terça-feira, dia 16, começamos a gravar a bateria. Ao contrário dos dois álbuns anteriores, onde graváramos as bases ao vivo, todos a valer, desta feita com mais tempo, gravaríamos com a metodologia do um-por-um, e que particularmente eu prefiro.  

Portanto, passamos a terça inteira a gravar a bateria de todas as canções, com paradas para descanso e refeições, naturalmente. Ao final da tarde, quando sentimos que o Junior estava fatigado, paramos e o que faltou concluir, deixamos para a quarta-feira, sem nenhum atropelo. 

Portanto, quando a quarta-feira chegou, concluímos a bateria com bastante tranquilidade e a mantermos uma tradição adquirida desde a gravação do álbum "Chronophagia", ou seja, a de pedir para o técnico apertar "Play & Rec" após terminar de gravar todas as músicas e assim gravar um solo de bateria.

Desta feita porém, ao contrário das ocasiões anteriores onde o Rolando criou solos de total improviso, ele teve em mente um arranjo e deu-se ao luxo de ensaiar um pouco antes de gravar e chegou até a usar do recurso do overdub para acrescentar algumas ideias suplementares que havia planejado.

Após uma pausa para o jantar, e um bom descanso, Alberto Sabella e Gustavo Vasquez me disseram que estavam bem dispostos, e se eu também estivesse, poderíamos começar a gravar os baixos oficiais das músicas.

Claro que eu aceitei, notívago que sou e de fato, estava bem disposto, igualmente. Eram por volta de 23:30 horas da quarta e começamos a montar o meu set de gravação. Usei o meu Kit tradicional com amplificador Gallien Krüeger e duas caixas Ampeg. E meus três baixos clássicos para gravar : Fender Jazz Bass & Fender Precision, além do Rickenbacker.  

Apesar dessas músicas todas terem sido finalizadas e arranjadas em cima da hora, com poucos ensaios, todos sabiam exatamente o que tinham que gravar, definidos os arranjos pessoais de cada um. E eu não fugi à essa regra, ao ter na cabeça, nota por nota, o que tinha definido fazer previamente. 

Quando estava tudo pronto, os companheiros resolveram dar um passeio pelo centro de São José do Rio Preto-SP para espairecer, pois já estávamos há três dias naquela chácara, e foi compreensível que quisessem sair dali um pouco e assim buscar um pouco de distração urbana e noturna.

Fiquei sozinho no estúdio com os técnicos Sabella e Vasquez, e comecei a gravar com muita paz de espírito, e foco total.

Música após música sendo gravada, e com a minha rapidez absoluta para gravar, não eram nem três da manhã e a minha participação no disco estava inteiramente cumprida.

Mesmo com trocas de instrumentos e pequenas pausas para timbrar diferentemente cada um, não tivemos nenhum problema e a gravação transcorreu com muito foco e extrema camaradagem entre eu e os técnicos, se bem que quem comandou de fato foi o Sabella, pois o Vasquez operara a bateria o dia inteiro e ao se mostrar cansado logo a seguir, ele apenas assistiu um pouco e retirou-se.

Encerramos a sessão do baixo, e quando estávamos a acabar de ouvir o resultado da captura geral de todas as canções, os companheiros chegaram, e surpreenderam-se com a notícia de que o meu trabalho estava encerrado, pois acharam que eu gravaria uma ou duas músicas, e deixaria a finalização para o dia seguinte.
Bem, além do uso do canal a buscar o sinal das caixas do meu amplificador, também houve um canal de linha e que passou por um paramétrico específico, o famoso equalizador "Avalon", que segundo os experts, realçava o sinal, a auxiliar no peso e timbre vintage que eu sempre buscava nas gravações de discos, com os meus baixos.

Quinta-feira seria o dia das bases de guitarras e teclados, a hora e a vez de Hid & Schevano trabalharem.
Continua...   

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