Apesar do entusiasmo inicial que envolveu a participação do Marco Carvalhanas como produtor da nossa banda, os seus esforços não lograram êxito, como todos desejaríamos.
Ele fez inúmeros contatos no circuito de
casas noturnas de São Paulo, mas não fechou mais nenhum show para nós e
cabe a reflexão. De fato, nesse início de segunda metade dos anos 2000,
houve uma grande efervescência de casas noturnas na cidade de São Paulo,
mas ao contrário do início dos anos noventa, em que houve uma profusão
semelhante, desta feita as casas estiveram dominadas por um nicho
específico a obedecer um modismo e quem não fizesse parte dessa cena, não teve chance alguma
de apresentar-se.
A especificar-se, as casas estavam fechadas no ideal do "Indie Rock", e embaladas por tal determinação e a ter setores estratégicos do jornalismo musical coadunados com tal predisposição, ficara impossível para bandas como a nossa, completamente "outsiders" na percepção dessa gente.
Dessa forma, o Carvalhanas, que era (é)
um amigo extremamente gentil, mas estava defasado dessa realidade de
mercado dos anos 2000, desanimou. De fato, a sua concepção de produção foi
calcada na sua percepção antiga, dos anos oitenta e noventa, portanto,
um cenário em que os espaços estavam dominados por uma "panela"
específica, em que se apresentara como uma novidade para ele, como produtor e dessa forma, despreparado para
lidar com tal barreira, Carvalhanas sentiu-se sem estrutura para buscar novas
estratégias para uma banda como o Pedra, naquele momento.
Paciência! Nós tínhamos que prosseguir.
Não cabe especificar, mas não foi apenas por conta disso que a parceria entre nós e o Carvalhanas encerrou-se. Tivemos uma divergência por conta de um outro detalhe, que prefiro não revelar, mas posso adiantar que este fora uma questão de pequena monta.
O que pesou mesmo foi essa inadequação dele para com o
mercado tão modificado que não reconhecia mais como o conhecera anteriormente e
a nossa condição de outsider na música, ao não encontrar nada adequado
para encaixarmo-nos no mercado e por conta disso, lutarmos com
dificuldades para achar um lugar ao sol, tendo que adaptarmo-nos ao mais
próximo possível do ideal, mas nem sempre isso significara algo plausível, exatamente.
Cito o exemplo de que em 2006, nós termos feito shows em conjunto com o "Carro Bomba", que nada teve a ver com nossa estética e propósitos, mas apenas a ter como similaridade o fato de sermos amigos pessoais dos membros daquela banda.
Mesmo com a relação semi desgastada, o Carvalhanas
ainda estaria conosco para o nosso próximo compromisso, em outubro de 2007 e
voltaria a abordar-nos com uma proposta interessante no início de 2008,
fato que revelarei na sua cronologia adequada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário