Muitas
ideias novas já estavam sendo desenvolvidas nessa altura.
Se por um
lado, chateara-nos estarmos sem perspectivas de shows naquele instante, por
outro, a motivação pelas músicas novas e iminente preparação de um novo
álbum, foi por demais animadora.
Músicas como "Longe do Chão",
"Letras Miúdas", "Se Você For a Fim", e "Jefferson Messias", já continham
um corpo inicial e passavam por fase de apuro, ainda que não tivessem
títulos oficiais à época.
Lembro-me que no caso de "Jefferson Messias", a definição por esse nome para a canção, surgiu alguns meses depois, apenas.
O fato, é que no seu nascedouro, a música teve a
inspiração psicodélica sessentista, por conta do riff de teclado e sobretudo
por seu timbre característico, mais a se parecer o do órgão Farfisa, do
que o Hammond.
Então, nas primeiras elucubrações, a apelidamos como:
"Jefferson Airplane", para estabelecer uma alusão indevida eu diria, pois a maravilhosa
banda de Slick, Kantner & Cia, não tinha teclados em sua formação
clássica, portanto, o apelido mais adequado deveria ser "The Doors",
"Vanilla Fudge", "Iron Butterfly", "Young Rascals"...
Bem, independente disso, o importante foi que a música foi a se desenvolver e após ter sido definida a parte "A", onde a menção psicodélica norte-americanizada era explícita, o Xando trouxe um riff diferente que tornou-se a parte "B".
Aparentemente um riff mais setentista e com característica de Hard-Rock,
na minha ótica, por isso, lembrava-me muito o trabalho do "Captain Beyond".
O grande Lee Dorman, baixista que admiro bastante, tendo ele tocado em duas bandas que aprecio: "Iron Butterfly" e "Captain Beyond"
E
assim, na minha percepção, tal mosaico supostamente dispare, fazia
sentido, pois eu fiz a conexão "Iron Butterfly/Captain Beyond", e o elo dessa junção foi o
Lee Dorman, extraordinário baixista que atuou nas duas bandas.
Uma
loucura experimental seria colocada como parte "C".
No início, foi apenas
uma brincadeira, mas tornou-se oficial quando na proximidade de
entrarmos em estúdio, fez com que nós percebêssemos que o experimentalismo poderia
soar muito bem na gravação oficial.
E nessa parte "C", eu evoquei o Roger Waters para buscar a minha inspiração, com o experimentalismo da psicodelia de Canterbury a dar as suas cartas...
Cezar de Mercês, um ídolo do Rock setentista brasuca, que tornou-se amigo e parceiro de composição em uma banda minha!
O Rodrigo começou a trabalhar na linha melódica e a escrever a letra, mas em um dado instante, ele travou a respeito de um trecho. Passou-se um bom tempo outrossim, até ter obtido uma ideia ousada e salutar.
O áudio do disco, de Jefferson Messias:
Eis o Link para escutar no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=iUEy_onTQj4
Pois foi quando ele recorreu a um amigo da banda e grande artista que
admirávamos, o Cezar de Mercês, que trouxe a continuidade ideal e
sugeriu o título oficial da canção, em cima da brincadeira do seu
apelido.
"Jefferson", que aludia ao "Jefferson Airplane", tornou-se
um personagem, a ganhar a alcunha de "Messias", como uma espécie de
profeta apocalíptico ou coisa que o valha.
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