terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Autobiografia na Música - Ciro Pessoa & Nu Descendo a Escada - Capítulo 31 - Por Luiz Domingues

De fato, creio que mais um ensaio teria sido mais adequado para o Carlinhos, principalmente, cuja entrada na banda estava a iniciar-se.
Mas mesmo ao lidar com essa realidade, creio que nos aprontamos com apenas mais dois ensaios, e fomos para Piracicaba-SP, bastante animados com a perspectiva de uma boa performance naquele palco interiorano.
A viagem foi agradabilíssima, em clima de grande camaradagem, com descontração e brincadeiras sobre tudo e todos, conforme as conversas evoluíam dentro da van. Quando chegamos em Piracicaba, chamou-me a atenção como o volume de água do seu famoso rio homônimo, esteve muito abaixo de seu normal. 
Eu havia visitado aquela simpática cidade interiorana pela última vez em 2008, quando fora me apresentar com o Pedra, no mesmo Sesc.
Estacionamos na porta dessa unidade, e a movimentação normal do cotidiano daquela instituição se mostrava total. Muitas crianças e adolescentes a usarem as instalações esportivas, idosos absortos nas atividades de terceira idade, lanchonete lotada, pessoas a usar as dependências de leitura e afins etc. Era sempre bonito de se ver como o Sesc cumpria sua função social com galhardia, e em meio a uma cidade interiorana do porte de Piracicaba, isso se amplificava.  
O show do Ciro seria mais uma peça na semana temática sobre surrealismo que o Sesc Piracicaba promovia, onde já houveram ocorridos debates sensacionais, entre os quais um com Claudio Willer, um dos grandes "papas" da literatura beat, e um especialista em surrealismo. Willer estava naquele instante, muito entusiasmado com o trabalho literário do próprio Ciro, e já havia inclusive assinado o prefácio do seu livro, que estava no prelo. Portanto, a ambientação para o nosso show foi a mais favorável possível.
Continua...

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