Mediante o E-mail recebido da parte do Ciro, eu soube que ele solicitara que eu e Kim musicássemos dois textos de sua autoria. Um deles seria a introdução do novo show. Ambos eram louquíssimos, bastante influenciados pela literatura Beatnick, e a evocar imagens fantásticas, sob a ação do surrealismo total.
O Kim criou um tema de climas incríveis, em meio a uma sequência de acordes que trouxe uma melancolia soturna, porém com uma doçura subliminar e dramática.
Nos ensaios, ficamos muito animados com o
resultado, pois mesmo sendo um tema esvoaçante, sem pulsação definida, e
com o baixo e a bateria só a fazer efeitos, praticamente, ficou muito
bonito, e assim emoldurar de uma maneira muito efusiva a locução performática que o
Ciro desejava para esse início de show.
Ao ir além, tal tema caiu
como uma luva para ser o início de show, e ao se considerar que o
Ciro planejava uma entrada em cena a evocar a persona e a estética de René Magritte, creio que ficou
realmente esplêndido.
Tal tema inicial recebeu o título de: "Evacuando
Ideias na Selva do Improvável", e apesar de um certo tom escatológico
que poderia denotar, tal nome queria expressar mais o sentido da catarse
do que qualquer outra ideia, evidentemente.
No meu caso, a incumbência que ele me passara fora semelhante. Tratava-se de um outro texto bruto, ao estilo Beatnick, denominada: "As Nuvens Enjauladas do Zoo". Pensei inicialmente em um tema sob "looping", para trazer uma certa lembrança do trabalho do "The Doors", ou algo estritamente psicodélico, no estilo meio jazzístico do "Love".
Contudo, no primeiro ensaio que
fizemos, a visar realizarmos o show do Sesc Piracicaba, a ideia ganhou um outro
contorno, não muito diferente do que eu imaginei inicialmente, mas mais
"tenso", eu diria...
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