segunda-feira, 27 de julho de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 97 - Por Luiz Domingues


Essa saiu na Revista "Rock Press":


"Após anos de ausência da cena Rock nacional,  e depois da trindade de álbuns que cobriu suas formações entre 1978 e 1990,  Rolando Castello Junior, o supremo batera (um dos melhores do nosso país), remonta a banda-mito e coloca no mercado um disco do mais puro Rock, sem sombra de dúvida.

Cada nova música das 16 contidas no disco, pratica uma singela homenagem às figuras do Rock mundial, sem vergonha de pagar mico, inspirando-se em características das próprias.

Como assim?  Por exemplo, vejam a lista : Som Nosso de Cada Dia; Humble Pie, Blind Faith; Grand Funk; Luiz Carlini & Tutti-Frutti; Arnaldo Dias Baptista; Procol Harum; Yes; Mutantes; Led Zeppelin e Paul MCartney.

O Patrulha mistura seu estilo ao de cada um dos agraciados, resultando em um álbum repleto de rockaços emocionantes.

Para os amantes do Rock brasileiro praticado nos 70 e para os fãs do classic Rock, imperdível".

Excelente análise, realmente a denotar haver entendido que a proposta fora explícita em evocar raízes 1960 & 1970, sem medo de enfrentar o preconceito dos que são obcecados pela contemporaneidade.

Na Revista da 89 Revista Rock, saiu assim a resenha:

"Após um período estacionado, o histórico grupo Patrulha do Espaço levanta voo e volta a sondar o universo do Rock'n Roll.

O disco começa com a progressiva "Sendo o Tudo e o Nada", e segue explorando outras fronteiras em "O Ritual"; "Retomada" e "Alma Mutante". "O Novo Sim" e as lisérgicas "Eu Nunca Existi" e "Céu Elétrico" já se tornaram clássicos do gênero.

A fase "Arnaldo & Patrulha" é lembrada na regravação de "Sunshine" (com o sax de Manito, ex-Som Mosso de Cada Dia e Os Incríveis), e os Mutantes são homenageados na viajante "Nave Ave".

As belas vozes e guitarras dos novatos Rodrigo e Marcello se encaixam harmoniosamente na swingada "Terra de Mutantes" e na Beatleniana "Sr. Barinsky".

Enquanto  a experiência do baixista Luiz (ex-Lingua de Trapo e A Chave do Sol), e do baterista fundador Junior, ultrapassam a barreira do tempo em instrumentais perfeitas.

"Chronophagia" é uma aula de Rock psicodélico anos 70, em pleno final de milênio".

Daniel Vaughan

Muito boa a resenha escrita pelo jornalista, Daniel Vaughan, que eu conhecia pessoalmente, e sei que detinha um grau de conhecimento enciclopédico sobre o Rock, portanto, as suas impressões contiveram muito fundamento, e se elogiou, isso muito nos honrou e deixou-nos com o sentimento de dever cumprido.

Já no "Rocker Magazine", o que disseram sobre o nosso disco foi o seguinte:

" Este CD é uma dádiva para aqueles que acreditam na existência do Rock'n Roll no Brasil.

Chronophagia mostra a experiência, técnica e precisão de Rolando Castello Júnior, aliada ao baixo de Luiz Domingues, e a juventude e energia da dupla Rodrigo Hid e Marcello Schevanno.

São 16 faixas incluindo um solo de bateria. O CD abre com "Sendo o Tudo e o Nada", faixa com mais de 9 minutos, onde a banda flerta com o progressivo e mostra de cara que são músicos excepcionais.

Grandes composições , das quais vou destacar "Sr. Barinsky", com um belo trabalho de backing e um ótimo solo de Marcello.

A volta do Patrulha não poderia ser melhor : a alma dos anos 70 aliada à tecnologia do novo século".

Eduardo de Souza


Bem, mais uma resenha com observações muito pertinentes. A curiosa constatação de quanto mais longe do mainstream, mais preparados eram os resenhistas, ou para ser bem realista, menos comprometidos com interesses escusos.

 Na Revista "Cover Guitarra", n°69, de agosto de 2000, falaram o seguinte:

"Justamente quando as pessoas começam a acreditar que o futuro do Rock é a música eletrônica, ouvir guitarras e baixos vintage fazendo um som puro e virtuoso é um sopro de vida para os fãs de Led Zeppelin e Cia.

E fazer um hard Rock progressivo com letras em português tem sido a proposta da Patrulha do Espaço que, desde 77, vem unindo elementos pouco comuns à música brasileira, com bom gosto e qualidade.

Musicalmente,os excelentes timbres e solos da dupla de guitarras e Rodrigo Hid e Marcello Schevano são dignos de nota. Vale conferir as viagens na pesada "O Pote de Pokst" e a maravilhosa faixa de abertura, a quase Genesis, "Sendo Tudo e o Nada", bem como o riff matador de "Ser" e os solos alucinantes de "Sr. Barinsky".

Viva a Patrulha!"


R. V.


Não me lembro mesmo quem era o jornalista que assinou só com as iniciais "RV". Mas gostei de sua análise fidedigna sobre o trabalho e não posso deixar de observar que a fina ironia com a qual alfinetou os precipitados de plantão, que decretavam o triunfo final da dita música eletrônica, em pleno ano 2000, soa hoje, em 2015 (quando publico este trecho), como uma verdade simples e cristalina. Aonde esteve a vitória esmagadora da música eletrônica? Isso foi apenas uma impressão idiossincrática e baseada em alguma pista de dança de uma casa noturna onde quem a escreveu devia frequentar e nada mais, ou seja, partiu-se de uma premissa ridícula para formatar uma tese estapafúrdia.

Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário