Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
segunda-feira, 6 de julho de 2015
Autobiografia na Música - Sala de Aulas - Capítulo 75 - Por Luiz Domingues
Começou o ano de 1996, e este seria efetivamente, o último ano estável na minha atividade como professor de música. Claro que eu não tive nenhum indício de que a situação assim procedesse doravante, ali naquele momento. Foi um processo lento e imperceptível a grosso modo, mas historicamente, foi assim aconteceu. Todavia, não foi logo no início do ano que algum sinal nesse sentido pudesse ser observado, ao menos sem um microscópio...
Dessa forma, o ano começou igual aos anteriores, com um quadro de alunos que apresentava uma média entre trinta e trinta e cinco alunos, e a rotina foi a de sempre, com a interação total, intercâmbio e o clima de camaradagem e amizade entre todos. No primeiro semestre, a normalidade foi mantida, e a súbita decadência só viria a ocorrer no segundo semestre.
Em 1996, o Pitbulls on Crack fez poucos shows, mas como de costume, os meus alunos se envolveram e prestigiaram todos. Por exemplo em fevereiro, quando tocamos na Casa de Cultura do Ipiranga, e entre os sessenta presentes na plateia, quase a metade foi formada pelos meus "Neo-Hippies".
Uma banda que apresentou-se na abertura, teve como baixista um ex-aluno meu. A minha memória é muito boa, normalmente, mas não é infalível, portanto ficarei a dever o seu nome, pois realmente este apagou da minha lembrança e como eu já mencionei várias vezes, perdi o caderno onde mantinha anotado todos os nomes de meus alunos, desde 1987. Essa rapaz não ficou muito tempo, e a sua presença não marcou tanto na minha sala de aulas quanto outros que cito com constância.
Lembro-me apenas que era robusto na constituição física, usava cabelos longos como a maioria e não demonstrava claramente ser apreciador de sonoridade 1960/1970. Pelo contrário, achava que ele gostava era mesmo de Heavy-Metal.
No entanto, quando a sua banda começou a tocar, surpreendi-me ainda a escutar do camarim, quando notei que essa banda fez um cover inusitado. Ouvi claramente que, a capella, três de seus membros começaram a entoar a introdução vocal da música: "Thirty Days in the Hole", do Humble Pie. Fiquei surpreendido positivamente, não apenas pela escolha de uma música que jamais esperaria ouvir ali, em pleno ano de 1996, mas também pela boa afinação que as três vozes mantiveram durante a sua performance.
A banda chamava-se: "Green Stuff", e como esse aluno nem era mais do meu quadro, a sua presença no evento fora uma coincidência, e não um arranjo onde eu tivesse tido alguma influência quando das negociações para fechar a data na referida casa de espetáculos. Foi uma surpresa agradável e mais um sinal sutil que todo o empenho em trazer tal egrégora para a gravação do CD "Lift Off", que iniciar-se-ia em breve, teve tudo a ver. Esse fato ocorreu no dia 11 de fevereiro de 1996.
Continua...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário