Então, além das atividades coletivas em torno das ações de divulgação (principalmente no tocante à distribuição de filipetas em porta de grandes shows, onde os meus alunos se misturavam aos "monges", já citados), a grande ação se deu mesmo nos meses de outubro e novembro de 1996, quando a gravadora Velas propôs produzir um aparato muito instigante de marketing para dar suporte ao lançamento do CD Lift Off, do Pitbulls on Crack. Contudo, para garantir tal aparato, pediram-nos um esforço de mutirão, para garantir que esta ação fosse concretizada mediante uma minimização de custos.
Na minha sala de aulas, da esquerda para a direita: Cali Keller, eu (Luiz Domingues) e Emmanuel Barreto. Sentado, Ricardo Schevano.
Claro que aceitamos essa condição imposta, e de antemão, eu mantinha o meu trunfo pessoal em contar justamente com o meu quadro de alunos, e assim, tive a certeza de que eles colaborariam nessa tarefa com bastante entusiasmo, primeiro pela farra que isso seria, e na adolescência não se precisa falar duas vezes para que se aceite uma bagunça generalizada dessas.
E segundo, que todos, sem exceção, detinham pretensões artísticas pessoais e muitos já com bandas em curso. Então, estar a ajudar também significaria para eles a oportunidade de fazer contatos, inserirem-se no mundo fonográfico, no show business etc, mesmo que de forma inicialmente insípida.
Da esquerda para a direita, os irmãos Ricardo & Marcello Schevano, e Toni Peres Rodrigues. Este último, trabalharia na selo Primal, pouco tempo depois, sob uma intervenção direta de minha parte.
Claro que na medida do possível, eu mesmo incentivei que eles aproveitassem a oportunidade para que travassem os seus contatos e conhecimento dentro desse mundo. E no frigir dos ovos, muitos culminaram em estabelecer contatos interessantes e até um emprego formal eu arrumei para um deles, quando surgiu uma oportunidade, dentro da gravadora (Toni Peres Rodrigues, guitarrista do "Essex" e irmão do meu aluno, Alexandre Peres Rodrigues). E do que se tratou a tarefa de mutirão?
A gravadora através de seu departamento de marketing, aprovara a concepção de um aparato de apoio para a divulgação do CD. Mediante a prática do chamado "brainstorm", que foi realizada entre a banda e o marqueteiro da gravadora (Alexandre Madeira), foi concebida a preparação de uma lata de média proporção, que seria embalada com um rótulo a evocar a banda, mas principalmente a imitar a famosa lata de Sopa Campbell, estilizada como Pop Art pelo artista plástico Andy Warhol, nos anos sessenta.
Dessa forma, dentro da lata, além do CD, haveriam muitos objetos oferecidos como brinde e para preparar cerca de três mil latas com tal aparato incluso, a gravadora economizaria uma boa quantia se nós organizássemos um mutirão, e realizássemos tal tarefa em suas próprias dependências de sua sede, a evitar a contratação desse serviço terceirizado. A oportunidade de se trabalhar na linha de produção de uma autêntica fábrica, foi um convite, portanto, à farra generalizada e assim, claro que muitos de meus alunos aceitaram de pronto a incumbência...
Continua...
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