Depois desse show de Mogi das Cruzes-SP, não houve mais perspectiva para o
Pitbulls on Crack.
Sem shows marcados, sem compromissos de rádio
e TV, e nem entrevistas para se cumprir na mídia impressa, em vista, restara-nos ensaiar e
mergulhar a preparar uma nova safra de músicas, e talvez voltar à estratégia
inicial de 1992, a abraçar o circuito underground.
Entretanto, além de eu
não estar mais interessado em continuar a participar desse trabalho, mesmo que
estivesse com energia para permanecer, foi também um momento estratégico para fazer uma séria reflexão
sobre o panorama da música naquele instante, e de fato, muitos fatores haviam mudado.
Se
no início das atividades da nossa banda, em 1992, o panorama inicial que encontráramos fora o da
euforia pelos ventos do "grunge" que vinham de Seattle, isso teve outras
implicações que neste novo panorama, no segundo semestre de 1997, não faziam mais
sentido.
Naquela época, em São Paulo, existiam pencas de bandas
a desenvolver os seus respectivos trabalhos em inglês e nesse sentido, o Pitbulls on Crack esteve
bem respaldado.
Houve uma profusão de casas noturnas abertas para shows de tais bandas e a cidade borbulhava nessa vibração noventista.
Por
outro lado, a rádio 89 FM explodia e puxava a concorrência, com a
Brasil 2000 FM a seguir os seus passos, e isso só fez bem à cena. Outro fator
importantíssimo, a MTV ainda era muito forte no quesito musical, e
engrossava esse poder de fogo na mídia.
Portanto, com esses fatores aliados, o momento em que surgiu o Pitbulls on Crack, foi muito propício para a banda.
Porém, em uma nova situação a enfocar o anos de 1997, ficara muito diferente a cena, e eu tive sérias dúvidas de que
uma tentativa de prosseguir com o Pitbulls on Crack seria saudável, e de fato não seria.
Então,
na segunda semana de setembro de 1997, o Deca aconselhou-me a não ir
falar com Juan Pastor e Chris Skepis diretamente, por julgar não ser
necessário, visto que eles já sabiam que eu sairia.
Confesso,
arrependo-me de não ter ido, pois não custava-me nada comunicar-lhes
isso diretamente, ainda que fosse uma mera formalidade, aparentemente
desnecessária.
E como não tenho nenhuma vergonha de confessar as minhas
máculas nesta autobiografia, portanto, estou aqui a confessar a minha
falha, e a pedir desculpas em público aos companheiros, por tal deslize. Sei
que eles não ofenderam-se com isso, pois continuei como amigo de ambos, até
hoje em dia (e para sempre, quero crer), mas não foi uma atitude boa de minha parte, de forma alguma.
Como diria a jornalista, Sandra Annenberg: "que deselegante!"
Continua...
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
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